O venezuelano Andry Hernandez Romero é um maquiador gay acostumado com concursos de Miss. Ele carrega no corpo tatuagens de duas coroas brilhantes, uma com o nome do pai e outra com o da mãe.
Segundo a advogada dele, Lindsay Toczylowski, as tatuagens foram usadas pelo governo Trump para deportá-lo.
Romero entrou nos EUA em maio de 2024. Para chegar, ele andou 60 milhas na mata entre a Colômbia e o Panamá, até o México. Em solo americano, ele tinha um caso real de pedido de asilo baseado em sua orientação sexual. No dia da audiência no tribunal, ele sumiu.
Romero foi preso e deportado para El Salvador com outros 237 imigrantes venezuelanos e hondurenhos.
O fotógrafo Philip Holsinger da revista Time flagrou-o na prisão CECOT, em El Salvador. Romero chorava, dizendo que é maquiador e não membro de gangue, e pedia pela mãe enquanto raspavam o cabelo dele.
O governo Trump continua dizendo que ele é membro da gangue Tren de Aragua.
O programa “60 Minutes”, da CBS, procurou históricos e descobriu que 75% dos imigrantes presos não têm histórico criminal. Outros 22% têm algum tipo de delito, que vai de furto em loja até agressão. Além disso, 3% do total não têm histórico nenhum, apenas 12 migrantes têm afiliação com uma gangue.
Um porta-voz do Homeland Security rebateu o “60 Minutes” dizendo que “aqueles sem passado criminal são, na verdade, terroristas, abusadores dos direitos humanos, membros de gangues e muito mais; eles só não têm passado criminal nos EUA”.
Quando um juiz federal deu ordem para trazer de volta 3 aviões com os 238 imigrantes, duas aeronaves estavam no ar e uma ainda estava no Texas. Mesmo assim, o governo Trump deu a ordem para voarem para El Salvador, com parada em Honduras para reabastecer.
Este caso continua nos tribunais.
Foto e edição: El Diario
