A senadora de Massachusetts, Elizabeth Warren, declarou neste domingo que os representantes eleitos do estado precisam se posicionar contra as ameaças e políticas propostas pelo presidente eleito Donald Trump, mesmo com temores de retaliações que possam afetar Massachusetts.
Em entrevista ao programa “On The Record” da WCVB-TV, Warren destacou a importância de expressar suas preocupações, mencionando questões como as ameaças de deportações em massa e cortes em verbas federais, incluindo o financiamento para substituir a ponte Sagamore em Cape Cod, que estaria em risco com a nova administração.
“Não podemos começar nos calando e esperando que Trump e sua equipe nos deixem em paz. Nosso trabalho é falar, defender nosso estado e nossos princípios”, declarou Warren.
A senadora alertou sobre o risco de perder fundos federais já destinados ao estado. “Estamos trabalhando para garantir que esses recursos permaneçam protegidos. Com qualquer outra administração, isso seria garantido, mas agora estamos literalmente trancando portas e janelas para preservar esses fundos”, explicou.
Trump, que assumirá a Casa Branca no próximo mês, prometeu deportar milhões de pessoas em todo o país, uma política amplamente criticada por líderes estaduais, como a governadora Maura Healey e a prefeita de Boston, Michelle Wu. Ambas reforçaram que as polícias estadual e de Boston não colaborarão com deportações em massa, enquanto Boston e outras cidades permanecem como santuários para imigrantes indocumentados.
Questionada se essas posições colocam Massachusetts na mira da nova administração, Warren foi enfática: “Não podemos nos autocensurar por medo de retaliação. Nosso papel é questionar o que está errado, mesmo que isso atraia atenção negativa”.
Sobre outros temas:
- Warren comentou as acusações contra a vereadora de Boston, Tania Fernandes Anderson, envolvida em um suposto esquema de propinas. Embora não tenha pedido sua renúncia, Warren destacou que as alegações comprometem a confiança pública.
- A senadora também se posicionou contra o perdão concedido pelo presidente Joe Biden a seu filho, Hunter Biden, mas defendeu um perdão coletivo para funcionários do Departamento de Justiça que investigaram Trump e o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.
“Estamos em um momento em que defender princípios é essencial, e Massachusetts não deve recuar”, concluiu Warren.
