A estudante universitária Yunseo Chung, de 21 anos, abriu um processo na Justiça contra o presidente Donald Trump e vários de seus secretários.
Yunseo protestou na Columbia University, no verão passado, contra os ataques de Israel na Faixa de Gaza, em defesa do povo palestino.
Na ocasião, em 2024, ela foi detida pela Polícia de Nova York, e a universidade a colocou para fazer serviços burocráticos, afastando-a das aulas. A defesa dela alegou que Yunseo não deu entrevista durante os protestos e nem foi líder das manifestações. Meses depois, a Columbia derrubou todas as acusações contra ela.
No dia 8 de março deste ano, o ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas dos EUA) conseguiu um mandado administrativo para prender Yunseo, e agentes federais foram à casa dos pais dela, mas não a encontraram.
Um agente disse aos advogados da estudante que o green card dela estava revogado. No dia 13 de março, o ICE foi ao dormitório dela na Columbia e procurou dados sobre ela, incluindo contrato de lease (aluguel) e histórico de viagens.
Yunseo Chung é residente permanente e chegou aos EUA aos 7 anos, quando os pais migraram com ela da Coreia do Sul. Ela tem estado na lista do Decano de Direito todo semestre, entre os melhores alunos, com nota GPA de 3,99.
No processo aberto na Justiça, são citados o presidente Donald Trump; o secretário de Estado, Marco Rubio; a procuradora-geral, Pamela Bondi; a secretária de Homeland Security (Segurança Interna), Kristi Noem; assim como o diretor-geral do ICE, Todd M. Lyons; e o diretor de operações do ICE em Nova York, William P. Joyce.
Em nota para a rede de TV CNN, o Departamento de Segurança Nacional disse:
“Yunseo Chung se envolveu em conduta preocupante e está sendo procurada para remoção, diante das leis de imigração, e isso inclui quando ela foi presa durante protestos a favor do Hamas na Barnard College. Ela vai ter a oportunidade de apresentar o caso dela diante de um juiz de imigração”.
No processo na Justiça, os advogados da estudante dizem que “as ações do governo não têm precedentes, interferem no direito à liberdade de expressão e não sobrevivem aos questionamentos mais básicos”.
Foto: Arquivo pessoal