Martha’s Vineyard vive dias de medo após operação do ICE com deportações de trabalhadores brasileiros

A tranquilidade de Martha’s Vineyard foi abalada após uma operação da ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândega) que resultou na prisão de dezenas de imigrantes. A ação, que ocorreu logo após o feriado de Memorial Day, deixou muitos trabalhadores indocumentados temerosos e impactou diretamente a vida na ilha, especialmente com a chegada da movimentada temporada de verão.

Com a prisão de cerca de 40 pessoas, muitos trabalhadores, que são essenciais para a economia local, não se sentiram seguros para voltar ao trabalho. Um empresário brasileiro, que preferiu não se identificar, comentou: “O dinheiro simplesmente vai parar de circular. Os Estados Unidos estão perdendo ao nos empurrar para fora.” Ele possui três negócios na ilha e relatou que teve que fechar suas portas por uma semana, resultando em grandes prejuízos.

A operação da ICE, que fez parte de uma ação maior em Massachusetts, foi marcada por cenas de agentes mascarados e armados, que detiveram imigrantes enquanto eles se dirigiam ao trabalho. A comunidade, conhecida por sua abertura e acolhimento, ficou em choque. Muitos moradores se mobilizaram, protestando contra a forma como as prisões foram realizadas e expressando preocupação com o tratamento dos detidos.

Os imigrantes brasileiros, que chegaram à ilha há quatro décadas em busca de melhores oportunidades, desempenham um papel vital na economia local, oferecendo serviços essenciais e contribuindo para a cultura da região. Com a recente onda de medo, muitos se trancaram em casa, evitando sair até para fazer compras. Uma mãe de gêmeos, por exemplo, pediu ajuda para comprar leite, pois estava com medo de ir ao mercado.

As consequências da operação da ICE ainda estão sendo sentidas. Festivais culturais foram adiados e estudantes de famílias brasileiras perderam provas importantes. O impacto econômico é visível, com empresas enfrentando dificuldades para cumprir prazos e contratos devido à falta de mão de obra.

Os residentes da ilha, incluindo aqueles que apoiaram a administração Trump, expressaram descontentamento com a forma como a situação foi tratada. Muitos acreditam que a abordagem atual é desproporcional e prejudica a comunidade como um todo. “Nós não estamos destruindo a América. A América precisa de nós,” afirmou uma líder comunitária brasileira, refletindo o sentimento de muitos que se sentem injustamente perseguidos.

Enquanto a comunidade tenta se recuperar do impacto das prisões, a esperança é que a solidariedade e a resiliência prevaleçam, permitindo que Martha’s Vineyard continue a ser um lugar de acolhimento e diversidade.

Foto: The Washington Post

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