Um dia após o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, afirmar que as tarifas propostas por Donald Trump causam inflação e desemprego, o presidente dos Estados Unidos declarou que “a demissão dele deve vir rápido”.
O problema é que o presidente da República não tem autoridade para demitir o chefe do Fed. O cargo é independente por lei, e a remoção só pode acontecer em caso de falta grave ou se o Congresso alterar a legislação vigente.
Trump criticou Powell nas redes sociais:
“Os preços da gasolina estão baixos, as compras de mercado (até os ovos) estão mais baratas, e os EUA estão ficando RICOS COM TARIFAS”, escreveu o presidente.
Referindo-se ao Banco Central Europeu (ECB), Trump completou:
“Ele deveria ter baixado os juros como fez o ECB, mas certamente deveria baixá-los agora. A demissão de Powell vai vir rápido.”
Jerome Powell foi nomeado como presidente do Fed pelo próprio Trump em 2017. Posteriormente, foi mantido no cargo por Joe Biden e ainda tem mais um ano de mandato.
Na última quinta-feira, o ECB reduziu os juros de 2,5% para 2,25%.
Powell já declarou publicamente que “a independência do Fed é uma questão de lei” e reforçou: “nós nunca vamos ser influenciados por pressão política”.
Agora, resta observar como o mercado financeiro — sempre sensível a mudanças no comando do Fed — vai reagir à tentativa de Trump de remover o principal nome da política monetária da maior economia do mundo.
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