Três meses após a promessa de Donald Trump de “deportação em massa”, os executivos de empresas de prisões privadas estão otimistas com a possibilidade de um grande orçamento para a fiscalização de imigração, que pode ser aprovado pelo Congresso controlado pelos republicanos.
“A escala da oportunidade que nossa empresa enfrenta é sem precedentes”, disse David Donahue, CEO da GEO Group, que é a maior empresa de contratação privada do ICE.
“Eu trabalhei na CoreCivic há 32 anos e esse é um dos períodos mais emocionantes da minha carreira com a empresa”, disse Damon Hininger, CEO da CoreCivic, outra grande empresa de prisões privadas.
O otimismo surge em um contexto onde o Congresso pode aumentar significativamente os recursos que Trump usará para prender e deportar imigrantes indocumentados. Dados recentes mostram que o número de detidos pelo ICE é o mais alto desde a administração anterior de Trump, embora os números atuais sejam semelhantes aos da gestão de Joe Biden.
A demanda por leitos em centros de detenção pode quadruplicar, com estimativas indicando que seriam necessários entre 60.000 e 110.000 novos leitos para atender à nova legislação. Executivos da GEO Group acreditam que o número final pode chegar a 200.000 leitos.
Além disso, uma proposta interna prevê o uso de até 11 bases militares ao redor do país para manter milhares de detidos, informou a NPR recentemente. Vale lembrar que a Baía de Guantánamo já está sendo usada para prender centenas de migrantes.
A expansão do sistema de detenção depende do orçamento, que é controlado pelo Congresso. O Senado já aprovou um aumento significativo no orçamento do ICE e da Alfândega e Proteção de Fronteiras, mas os detalhes ainda precisam ser definidos.
Com o foco na detenção e deportação, os executivos de prisões privadas estão atentos às negociações orçamentárias, prevendo que a demanda por novos contratos será crucial para o futuro do setor.
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