O governo federal dos EUA está mantendo mais de 48.000 pessoas em detenção por imigração, um aumento de cerca de 20% desde janeiro. Esse número já ultrapassa a capacidade financiada do ICE, e a administração sinalizou que pretende aumentar ainda mais essa capacidade, com o objetivo de chegar a 100.000 detidos.
A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, confirmou que as cotas de prisões diárias para os agentes de imigração foram dobradas, passando de 1.800 para 3.000. Com essa demanda crescente, o governo está intensificando a busca por mais espaço em instalações de detenção.
Atualmente, cerca de 90% das pessoas sob custódia do ICE estão em instalações geridas por empresas privadas, como a Geo Group e a CoreCivic, que estão expandindo sua capacidade para atender à demanda. Desde o início do ano, essas empresas anunciaram a adição de mais de 6.000 leitos em várias localidades, incluindo Texas, Ohio e Nova Jersey.
No entanto, defensores dos direitos dos imigrantes expressam preocupações sobre as condições nas instalações de detenção, alegando que a busca por lucro pode levar a negligência médica e falta de alimentos para os detidos. As empresas de detenção negam essas alegações, afirmando que seguem os padrões do ICE.
Além disso, mais departamentos de polícia locais estão colaborando com o ICE através do programa federal 287(g), que permite que agentes locais processem casos de imigração. Esse programa já foi adotado por mais de 600 agências de segurança em 40 estados, aumentando a presença da polícia local na aplicação das leis de imigração.
Enquanto isso, o Congresso está considerando um aumento significativo no financiamento para a detenção de imigrantes, com um projeto de lei que destina US$ 45 bilhões para o ICE. No entanto, especialistas alertam que esse foco na detenção pode resultar em violações de direitos, afetando não apenas imigrantes indocumentados, mas também aqueles com vistos, cartões verdes e até cidadãos americanos.