Uma sequência de mortes misteriosas em estados do nordeste dos Estados Unidos tem gerado medo e especulações sobre a possível atuação de um serial killer na região. Desde março, corpos e restos humanos foram encontrados em rios, áreas florestais e até dentro de uma mala, em locais espalhados por Connecticut, Massachusetts e Rhode Island.
Apesar da preocupação do público e do aumento de teorias nas redes sociais, as autoridades afirmam que não há evidências de que os casos estejam conectados. Em pelo menos cinco das mortes, a polícia já declarou que não há indícios de crime, e em outras, os laudos ainda estão sendo finalizados, mas não há sinais claros de violência.
Um dos casos mais chocantes foi o de Suzanne Wormser, de 58 anos, cujo corpo foi encontrado desmembrado dentro de uma mala em Groton, Connecticut. Seu colega de quarto, Donald Coffel, foi preso pelo crime, mas a polícia reforçou que o assassinato não tem relação com os outros casos. Coffel morreu sob custódia em maio, e sua morte também não é considerada suspeita.
Mesmo com as declarações oficiais, grupos nas redes sociais continuam alimentando a ideia de que há um assassino em série à solta. Um grupo no Facebook dedicado ao tema já ultrapassou 32 mil membros, muitos dos quais compartilham teorias, informações não verificadas e até hipóteses conspiratórias.
Especialistas em criminologia e autores de livros sobre crimes reais explicam que é comum o público tentar encontrar padrões em eventos assustadores e sem explicação. No entanto, eles destacam que os perfis das vítimas são muito variados — homens e mulheres, de diferentes idades — e que os locais onde os corpos foram encontrados são distantes entre si, o que torna improvável a ação de um único criminoso.
Segundo James Alan Fox, criminologista da Universidade Northeastern, serial killers costumam agir em áreas que conhecem bem, o que facilita esconder os corpos e fugir sem ser notado. Casos de criminosos que atuam em vários estados são raros e geralmente envolvem caminhoneiros ou pessoas com rotinas de viagem constantes.
As autoridades pedem cautela ao público e reforçam que todas as mortes estão sendo investigadas com seriedade. “Entendemos a preocupação da população, mas não há indícios de que esses casos estejam conectados ou representem uma ameaça maior à segurança pública”, afirmou o promotor Anthony Gulluni, de Massachusetts.
Especialistas também alertam que a insistência em teorias de serial killer pode atrapalhar as investigações e causar sofrimento adicional às famílias das vítimas. Para eles, é importante lembrar que, muitas vezes, as causas dessas mortes são diversas — desde acidentes até crimes isolados cometidos por pessoas próximas às vítimas.
A busca por respostas continua, mas, por enquanto, a principal mensagem das autoridades é clara: não há evidências de um assassino em série em ação.
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