Paramount fecha acordo milionário com Trump por polêmica em entrevista de Kamala Harris

A Paramount concordou em pagar US$ 16 milhões para encerrar um processo movido pelo presidente Donald Trump, que acusava a emissora CBS de ter editado de forma tendenciosa uma entrevista com a então vice-presidente Kamala Harris, exibida no programa “60 Minutes” em outubro.

Segundo a empresa, o valor será destinado à futura biblioteca presidencial de Trump, e não diretamente ao presidente. O acordo não inclui pedido de desculpas por parte da Paramount ou da CBS.

O processo foi aberto por Trump em Amarillo, no Texas, e chamou atenção de defensores da liberdade de imprensa. Advogados da CBS classificaram a ação como “sem mérito” e prometeram lutar contra as acusações. Em fevereiro, a emissora chegou a divulgar a transcrição completa e sem cortes da entrevista.

A polêmica começou quando o programa exibiu duas respostas diferentes de Harris à mesma pergunta, em trechos separados no “60 Minutes” e no “Face the Nation”. Trump alegou que a edição causou confusão no público, prejudicando sua imagem e desviando a atenção de sua plataforma Truth Social. A CBS afirmou que ambas as respostas faziam parte de uma única fala longa de Harris, que foi editada apenas para fins de clareza.

Como parte do acordo, a Paramount se comprometeu a divulgar as transcrições completas de futuras entrevistas com candidatos presidenciais, com exceções apenas por questões legais ou de segurança nacional.

O caso também teve impacto nos bastidores da emissora. A presidente da CBS News, Wendy McMahon, e o produtor executivo do “60 Minutes”, Bill Owens, renunciaram recentemente após se oporem ao acordo. A decisão da Paramount também ocorre em meio à tentativa da empresa de obter aprovação do governo para uma fusão com a Skydance Media.

Essa não é a primeira vez que Trump recebe indenizações semelhantes. Em dezembro, a ABC News pagou US$ 15 milhões para encerrar um processo de difamação, e a Meta teria pago US$ 25 milhões em outro acordo relacionado à suspensão de suas contas nas redes sociais após os eventos de 6 de janeiro de 2021.

Foto: Internet

Fonte: Boston Globe

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