Um juiz do Tribunal Superior de Suffolk, nos Estados Unidos, decidiu nesta segunda-feira reduzir a fiança de um policial de Boston acusado de estuprar um menor de idade. O valor, que antes era de US$ 250 mil, caiu para US$ 50 mil.
O policial em questão é Paul Downey, de 58 anos, morador de West Roxbury e integrante da corporação desde 1991. Ele responde a quatro acusações de estupro agravado de menor, duas por pagar por sexo com menor de 18 anos e outras duas por aliciamento.
Durante a audiência, o juiz Christopher Belezos deixou claro que, caso Downey pague a fiança e seja liberado, ele está proibido de se envolver com qualquer tipo de atividade sexual comercial. “Qualquer indício disso será um problema sério”, alertou o magistrado.
Downey participou da audiência de forma remota, direto da prisão do Condado de Norfolk, e afirmou entender as condições impostas.
Segundo a acusação, o policial teria conhecido o adolescente por meio do aplicativo de encontros Grindr, em março deste ano. Depois, continuou se comunicando com o jovem pelo Snapchat e teria oferecido US$ 30 para receber sexo oral. No encontro, que aconteceu em um estacionamento próximo ao shopping South Bay, em Dorchester, Downey teria estuprado o menor e pago US$ 50.
Ainda de acordo com os promotores, os contatos entre os dois continuaram por cerca de dois meses, com outro encontro pago acontecendo em maio. Nessa ocasião, o jovem conseguiu memorizar parte da placa do carro de Downey e passou a informação para a polícia. A partir disso, os investigadores conseguiram rastrear a conta do Snapchat usada nas conversas e confirmaram que o veículo pertencia ao policial.
Durante a audiência, a advogada de defesa, Kelli Porges, argumentou que a fiança inicial era exagerada por se tratar de um policial. Ela afirmou que outros casos semelhantes tiveram valores menores e ressaltou que não há indícios de que Downey tenha usado sua posição de autoridade para cometer os crimes. Porges também disse que ainda é discutível se o policial sabia que o jovem era menor de idade.
Já o promotor Brandon DeAvilla defendeu a manutenção da fiança mais alta, lembrando que as acusações de estupro agravado preveem penas mínimas obrigatórias de 10 anos de prisão. Ele afirmou que o caso contra Downey é sólido, com provas que incluem mensagens trocadas por aplicativos, vídeos de vigilância e até marcas de pegadas no teto do carro do policial, compatíveis com o relato da vítima.
Downey está atualmente afastado do trabalho com salário, mas, segundo o protocolo do departamento de polícia, passará a ficar sem remuneração caso seja formalmente indiciado.
A próxima audiência do caso está marcada para o dia 29 de julho.
Foto: CBS News
Fonte: Boston Globe
