Apple deve lançar novo iPhone mais fino, mas evento pode ter poucas novidades

Por Stephen Nellis – Reuters

SAN FRANCISCO, 8 de setembro (Reuters) – A Apple deve apresentar nesta terça-feira sua nova linha de iPhones, em um evento que analistas acreditam ter o desafio de superar mais um lançamento considerado sem grandes surpresas, especialmente diante da concorrência, que vem avançando mais rápido na integração de inteligência artificial em seus produtos e serviços.

O destaque pode ser um modelo inédito, apelidado de “iPhone Air”, mais fino do que qualquer outro smartphone já vendido pela companhia e inspirado no conceito do MacBook Air, seu famoso notebook ultrafino. Especialistas avaliam que a Apple precisará equilibrar o design enxuto com a capacidade de acomodar bateria e câmeras, além de posicionar o preço entre os modelos básicos do iPhone 17 e a linha Pro, buscando atrair um público amplo.

Para Dipanjan Chatterjee, vice-presidente e analista da Forrester, a novidade pode impulsionar a troca de aparelhos. “Já faz tempo que não vemos mudanças significativas no formato além de incrementos tímidos. A novidade do Air provavelmente vai levar muitos usuários dos iPhones 14, 15 e até 16 a migrarem”, disse. O modelo mais fino também poderia servir de transição para um futuro iPhone dobrável, previsto apenas para os próximos anos, junto a uma versão mais avançada da assistente Siri.

Enquanto isso, rivais seguem à frente. A Samsung já está na sétima geração de celulares dobráveis e o Google, na terceira, mas analistas apontam que esse segmento ainda representa menos de 2% das vendas globais de smartphones e não deve ultrapassar 5% tão cedo. Ainda assim, um modelo dobrável é considerado estratégico para a Apple, sobretudo na China, onde a preferência por esse tipo de aparelho é crescente e a empresa vem perdendo espaço.

Gene Munster, sócio da gestora Deepwater Asset Management, lembra que historicamente o segmento intermediário de iPhones responde por quase um quarto das vendas da Apple. Ele acredita que a empresa deve buscar formas de aumentar os preços da linha, possivelmente com opções de armazenamento maiores, sem vincular o reajuste a tarifas impostas pelo governo dos EUA. “A Apple tem custos crescentes e sempre priorizou margens maiores. Para isso, precisa encontrar uma maneira”, afirmou.

No campo da inteligência artificial, a Apple tem enfrentado dificuldades. Melhorias para a Siri previstas para a última primavera foram adiadas por problemas técnicos, e a empresa acabou se apoiando em parceria com a OpenAI, criadora do ChatGPT, para adicionar recursos de IA aos seus dispositivos. Há ainda conversas iniciais para integrar o Gemini, modelo de IA do Google, a uma versão reformulada da Siri.

Segundo Ben Bajarin, CEO da consultoria Creative Strategies, a Apple deve destacar o poder de processamento de IA de seus novos chips da linha Apple Silicon, que no futuro poderiam sustentar uma Siri mais “autônoma”, capaz de executar tarefas em segundo plano nos 2,35 bilhões de dispositivos ativos da marca, sem comprometer a bateria.

Bob O’Donnell, presidente da TECHnalysis Research, avalia que o prazo para a Apple recuperar terreno na corrida da IA está cada vez mais curto. “Eles têm uma fatia enorme nos EUA, e a maioria dos consumidores está satisfeita. Mas daqui a um ano, se a Siri continuar ruim e se o dobrável não sair, não sei se essa satisfação vai se manter”, disse.

Foto: REUTERS/Aly Song

Fonte: Reuters

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