Integrante da gangue dos Latin Kings é acusado de oferecer recompensa para matar chefe da Patrulha de Fronteira dos EUA

Por Billal Rahman – Newsweek

CHICAGO, EUA — Um suposto integrante da gangue Latin Kings foi acusado de oferecer uma recompensa de US$ 10 mil para quem assassinasse Gregory Bovino, chefe da Patrulha de Fronteira dos Estados Unidos. A informação foi divulgada pelo Departamento de Segurança Interna (DHS) e confirmada pelo Departamento de Justiça (DOJ), que está conduzindo o processo judicial.

O acusado, Juan Espinoza Martinez, é um cidadão mexicano que entrou nos Estados Unidos em data não especificada. Ele foi identificado por agentes do Departamento de Imigração e Alfândega (ICE), por meio da divisão de Investigações de Segurança Interna (HSI), após uma denúncia recebida em 3 de outubro de 2025. Martinez foi preso três dias depois, em Burr Ridge, Illinois.

Segundo as autoridades, a denúncia partiu de uma fonte confidencial que alertou sobre um plano para matar Bovino. A investigação encontrou uma captura de tela do Snapchat, na qual um usuário identificado como “Juan” oferecia US$ 2 mil por informações e US$ 10 mil “se você derrubá-lo”, em referência ao agente federal. A mensagem também fazia menção direta à gangue Latin Kings.

“Indivíduos depravados como Juan Espinoza Martinez, que não valorizam a vida humana e ameaçam as forças da lei, não pertencem a este país” declarou Tricia McLaughlin, secretária assistente do DHS, em nota enviada à Newsweek. “Não permitiremos que gangues criminosas coloquem preços sobre a cabeça de agentes do governo dos EUA.”

Martinez foi formalmente acusado em tribunal federal por solicitação de assassinato de um agente de alto escalão da lei. O caso está sendo conduzido pelo Departamento de Justiça.

Gregory Bovino, o alvo da suposta tentativa de assassinato, lidera operações de fiscalização migratória em Chicago e já havia comandado ações semelhantes em Los Angeles, que provocaram protestos em larga escala. Ele atua como comandante geral da Patrulha de Fronteira e tem sido uma figura central na implementação das políticas migratórias da administração Trump.

Chicago, onde o caso se desenrola, tornou-se um dos principais palcos de disputa sobre imigração nos Estados Unidos. A cidade tem registrado protestos frequentes contra operações do ICE e deportações em massa, com ativistas, grupos comunitários e políticos locais se opondo às medidas federais.

Autoridades federais reagiram com firmeza à ameaça contra Bovino. “Colocar um preço na cabeça de um agente federal é um ataque direto ao Estado de Direito e a todos os americanos que dependem da lei para sua segurança”, afirmou o vice-procurador-geral Todd Blanche. “Este caso representa exatamente o que queremos dizer com ‘Retomar a América’, tirar o controle das mãos de gangues violentas e devolvê-lo às comunidades de bem.”

Andrew S. Boutros, procurador dos Estados Unidos para o Distrito Norte de Illinois, também condenou a ação. “As atitudes do réu demonstram um profundo desprezo pela vida humana e pela segurança pública. Sob minha liderança, vamos responsabilizar criminalmente quem ameaçar nossos agentes federais.”

Matthew Scarpino, agente especial responsável pelo HSI em Chicago, destacou o comprometimento das autoridades em combater organizações criminosas. “A prisão deste membro cruel e violento dos Latin Kings mostra nosso compromisso em proteger aqueles que defendem a justiça. Atacar um agente federal é um ato covarde e uma afronta direta ao Estado de Direito.”

Até o momento, não foram divulgadas novas informações sobre a entrada de Martinez nos EUA ou sobre o andamento da investigação.

Foto: OCTAVIO JONES/AFP via Getty Images

Fonte: Newsweek

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