Por Billal Rahman – Newsweek
Um casal de Plymouth, Michigan, foi detido e acusado em uma ampla investigação federal que aponta o uso de mão de obra sem documentação em grande escala para impulsionar os lucros de sua empresa de encanamento. De acordo com o Departamento de Justiça (DOJ), Moises Orduna-Rios, de 36 anos, e Raquel Orduna-Rios, de 30, são suspeitos de empregar mais de 240 trabalhadores sem autorização legal, gerando receitas de dezenas de milhões de dólares.
As acusações incluem conspiração, transporte e abrigo de imigrantes não autorizados para fins comerciais, contratação irregular e lavagem de dinheiro. Ambos foram presos na terça-feira e, como reforçado pelo DOJ, permanecem inocentes até que se prove o contrário. O Newsweek informou ter solicitado comentários ao Departamento de Justiça por e-mail.
O caso ocorre em meio à retomada do foco do governo Trump sobre empregadores que contratam trabalhadores sem status migratório regular. Autoridades federais têm afirmado que haverá um aumento nas ações de fiscalização em ambientes de trabalho, além do avanço de planos para deportar milhões de imigrantes em situação irregular.
Segundo o Ministério Público do Distrito Oeste de Nova York, a empresa do casal, Orduna Plumbing Inc., mantém operações em Michigan, Nova York, Carolina do Norte e Ohio. Investigadores afirmam que, entre janeiro de 2022 e dezembro de 2024, cerca de 253 pessoas trabalharam para a companhia, apenas seis delas com autorização legal para emprego nos Estados Unidos. Moises ocupa o cargo de presidente da empresa, enquanto Raquel atua como tesoureira e secretária.
As autoridades também relatam que o casal recolhia os passaportes dos trabalhadores e acomodava muitos deles em casas e quartos de hotel superlotados. Uma análise financeira citada nos autos indica que, entre janeiro de 2022 e agosto de 2025, a Orduna Plumbing teria faturado aproximadamente US$ 74 milhões.
A U.S. Border Patrol e o ICE prenderam 23 trabalhadores sem autorização vinculados à empresa em operações realizadas em Nova York e na Carolina do Norte. Promotores afirmam ainda ter localizado mensagens de WhatsApp entre Moises Orduna-Rios e funcionários, tratando de temas como pagamento, uso de cartões de crédito e orientações para evitar a atenção das autoridades. Em uma das mensagens atribuídas a ele, Moises aconselha: “Senhores, com toda a controvérsia acontecendo, é melhor se preparar, dirigir no limite de velocidade, evitar idas desnecessárias às lojas, sair apenas para o essencial e não fazer reuniões, como churrascos”.
Durante o verão de 2025, um mandado de busca executado em um imóvel em Rochester, Nova York, encontrou nove homens vivendo em condições apertadas em uma casa com poucos móveis, segundo o DOJ. O governo também aponta que os pagamentos aos trabalhadores não autorizados eram feitos por meio de diversas contas bancárias controladas pelo casal.
Moises e Raquel Orduna-Rios compareceram pela primeira vez à Justiça na terça-feira, no Distrito Leste de Michigan, e foram liberados mediante condições estabelecidas pelo tribunal. A próxima audiência está marcada para 2 de dezembro de 2025, no Distrito Oeste de Nova York.
Caso sejam condenados, eles podem enfrentar até 10 anos de prisão. As multas, segundo promotores, podem ser calculadas com base em US$ 3 mil para cada trabalhador sem autorização empregada pela empresa.
Foto: lawcain
Fonte: Newsweek






