Por Jason DeRose – NPR
O Papa Leo XIV afirmou estar profundamente preocupado com a forma como migrantes têm sido tratados nos Estados Unidos, classificando algumas situações como violentas e “extremamente desrespeitosas”. As declarações foram feitas durante uma sessão de perguntas com jornalistas em Castel Gandolfo, residência papal de férias localizada nos arredores de Roma.
O pontífice destacou que, embora cada país tenha o direito de definir suas regras de entrada, é fundamental que as pessoas sejam tratadas com dignidade, inclusive aquelas que vivem no país sem autorização legal. “Existem tribunais e um sistema de justiça para lidar com esses casos”, disse o Papa, reforçando que não defende fronteiras abertas, mas sim um tratamento humano.
Ele também chamou atenção para o fato de que muitos imigrantes vivem há anos nos Estados Unidos, alguns há mais de uma década, e mesmo assim enfrentam ações que considera preocupantes. “Quando pessoas que viveram vidas corretas por 10, 15 ou 20 anos são tratadas de maneira, no mínimo, extremamente desrespeitosa e em alguns casos com violência isso é inquietante”, afirmou.
Na semana anterior, a Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos divulgou uma “mensagem especial” criticando as políticas de imigração da administração Trump. O texto foi produzido após incentivo do próprio Papa Leo, que nasceu em Chicago e atuou por duas décadas como missionário e bispo no Peru. No documento, os bispos se opõem às deportações em massa e pedem o fim da retórica desumanizante voltada tanto a imigrantes quanto a agentes de segurança.
Questionado sobre o posicionamento dos bispos, Tom Homan, conhecido como o “czar da fronteira” do governo Trump, afirmou que “uma fronteira segura salva vidas” e reforçou que as leis continuarão sendo aplicadas.
Em 27 de outubro, a administração Trump informou ter deportado mais de 527 mil migrantes desde que assumiu o poder em janeiro.
Foto: Gregório Borgia/AP
Fonte: NPR






