A cidade de Worcester, em Massachusetts, lançou uma linha direta para que os moradores possam relatar condutas impróprias de policiais locais.
A medida surge após um relatório contundente do Departamento de Justiça revelar práticas alarmantes na polícia da cidade, incluindo uso excessivo de força e envolvimento sexual com mulheres suspeitas de prostituição. O número da linha direta é 774-548-1696, e os relatos também podem ser enviados online. O Escritório Executivo de Diversidade, Equidade e Inclusão da cidade será responsável por receber e investigar as denúncias. Segundo o gerente da cidade, Eric Batista, o lançamento da linha direta é um passo importante para garantir políticas de responsabilidade e restaurar a confiança pública.
O relatório federal, resultado de uma investigação iniciada em 2022, acusa a polícia de Worcester de seguir um padrão sistemático de má conduta, incluindo o uso de tasers, golpes na cabeça e mordidas de cães policiais, além das alegações inéditas de má conduta sexual durante uma investigação de direitos civis.
A advogada do Departamento de Justiça, Kristen Clarke, afirmou que esta é a primeira vez que um relatório federal aponta tal comportamento em uma força policial como resultado de uma investigação de direitos civis. Enquanto isso, o advogado da cidade, Brian Kelly, classificou o relatório como “injusto, impreciso e tendencioso,” destacando que nenhum policial enfrentou acusações criminais ou civis como resultado das descobertas. Ele criticou o Departamento de Justiça por não identificar nomes ou buscar a responsabilização individual dos oficiais envolvidos.
A situação será debatida pelo conselho municipal em uma reunião nesta terça-feira, enquanto o Departamento de Justiça e a Procuradoria dos EUA planejam um encontro comunitário na quarta-feira para discutir o impacto do relatório. “É imperativo que o público confie em suas instituições de segurança pública. A fé e a confiança precisam ser conquistadas,” declarou Batista.
Esse caso coloca Worcester no centro de uma discussão nacional sobre responsabilidade policial e direitos civis, destacando a necessidade de mudanças profundas no sistema.