Aliados de Trump querem a saída de Pam Bondi após recuo sobre arquivos de Epstein

A procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi, está enfrentando forte pressão de apoiadores do presidente Donald Trump após não cumprir a promessa de divulgar uma suposta “carga de documentos” relacionados ao caso Jeffrey Epstein. A expectativa criada por ela, que chegou a afirmar que tinha uma lista de clientes do criminoso sexual em sua mesa, gerou frustração entre influenciadores conservadores e aliados do governo.

A situação se agravou após o Departamento de Justiça negar a existência de qualquer lista de clientes e afirmar que não fará novas divulgações sobre o caso. A mudança de postura de Bondi provocou críticas de nomes influentes da base trumpista, como Glenn Beck, Benny Johnson, Jack Posobiec e Laura Loomer, que chegou a pedir sua demissão nas redes sociais.

Para muitos apoiadores de Trump, esse episódio é apenas mais um exemplo do estilo exagerado de Bondi, que já fez declarações polêmicas sobre imigração, drogas e atuação de agências federais. Especialistas jurídicos alertam que esse tipo de comportamento pode prejudicar a credibilidade do Departamento de Justiça.

Apesar da pressão, o presidente Trump não comentou publicamente o caso durante uma reunião de gabinete nesta semana. Ao ser questionado por um repórter, ele apenas respondeu: “As pessoas ainda estão falando desse cara? Inacreditável”, em referência a Epstein.

Bondi, por sua vez, continua aparecendo com frequência na mídia conservadora e mantém apoio de parte da base trumpista, que vê nela uma figura que se comunica diretamente com o público do presidente. Segundo o porta-voz do Departamento de Justiça, Gates McGavick, Bondi busca manter a população informada sobre as ações da pasta e tem se envolvido pessoalmente com agentes para entender os detalhes das operações.

No entanto, suas declarações seguem gerando controvérsia. Em maio, por exemplo, ela afirmou que a apreensão de 21 milhões de pílulas de fentanil teria salvado 21 milhões de vidas — número que depois foi aumentado para 119 milhões e, mais tarde, para 258 milhões, sem base clara em dados oficiais.

No caso Epstein, Bondi chegou a distribuir pastas com o título “Epstein Files: Phase 1” a influenciadores aliados de Trump, mas o conteúdo decepcionou por não trazer novas revelações. Ela culpou o FBI de Nova York por supostamente reter informações, mas não apresentou provas.

A frustração se espalhou até mesmo entre democratas, que agora se unem aos republicanos para cobrar mais transparência. Em uma carta enviada nesta terça-feira, parlamentares democratas pediram que Bondi pare de “proteger seu chefe e ex-cliente”, em referência ao presidente Trump.

Foto: The Wall Street Journal

Fonte: The Wall Street Journal

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