Apoiadores do presidente Donald Trump estão pedindo um boicote à rede Walmart após a publicação de um anúncio de página inteira no jornal The New York Times, financiado por Christy Walton, herdeira da gigante do varejo. O anúncio promove os protestos do movimento “No Kings Day” (Dia Sem Reis), marcados para o próximo sábado, no mesmo dia do desfile militar organizado por Trump em Washington, D.C.
Embora o anúncio não mencione diretamente o nome do presidente, muitos de seus apoiadores interpretaram a mensagem como uma crítica velada às políticas do governo. Frases como “Nós defendemos a Constituição”, “Nós cuidamos de veteranos e crianças” e “Nós somos líderes mundiais confiáveis para manter o Estado de Direito” foram vistas como recados indiretos à atual administração.
A repercussão foi imediata nas redes sociais. Figuras conservadoras e aliadas de Trump, como Kari Lake, conselheira sênior da Agência de Mídia Global dos EUA, compartilharam o anúncio e questionaram o público: “Você ainda compra na Walmart?”. Outros usuários passaram a usar hashtags como #BoycottWalmart, acusando Christy Walton de financiar movimentos contra os interesses dos consumidores americanos.
A deputada Anna Paulina Luna (Partido Republicano, Flórida) também se manifestou, relacionando o anúncio às tarifas comerciais com a China, sugerindo que a família Walton estaria descontente com as medidas econômicas do governo.
Em resposta, a Walmart divulgou um comunicado tentando se distanciar da polêmica. “Os anúncios de Christy Walton não têm qualquer ligação com a empresa e não são endossados por nós. Ela não faz parte do conselho e não participa das decisões da companhia”, afirmou um porta-voz da rede.
A Casa Branca também se pronunciou. O porta-voz Kush Desai classificou a ação como “uma jogada de marketing financiada por uma bilionária de esquerda” e reforçou que o governo Trump continuará firme em sua agenda de deportações em massa, segurança nas fronteiras e políticas comerciais voltadas para os interesses dos americanos.
Nos últimos dias, a Walmart já vinha sendo alvo de críticas do presidente. Após a empresa anunciar que os preços poderiam subir por causa das tarifas, Trump reagiu em sua rede Truth Social, dizendo que a empresa deveria “absorver os custos” e “não repassar nada aos consumidores”.
Esse episódio é mais um capítulo da crescente tensão entre grandes varejistas e movimentos políticos. Nos últimos meses, outras redes como a Target também enfrentaram boicotes por conta de suas políticas de diversidade e inclusão, o que impactou diretamente seus resultados financeiros.
Foto: Mike Blake/Reuters