Brasileira é presa pelo ICE em operação polêmica que usou filhas e neto como isca nos EUA

Uma operação do ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas dos EUA) em Worcester, Massachusetts, causou revolta e protestos após a prisão da imigrante brasileira Rosane Ferreira-De Oliveira, de 40 anos. Segundo relatos de familiares e fontes próximas ao caso, agentes federais usaram as filhas e o neto de Rosane como “isca” para forçá-la a sair de casa e prendê-la na rua, onde a prisão poderia ser realizada legalmente.

O caso aconteceu na semana passada, quando Augusta Clara, de 21 anos, sua irmã de 17 e o bebê de três meses de Clara foram abordados por agentes do ICE enquanto saíam de casa de carro. As jovens ligaram para Rosane dizendo que Clara seria presa e que o bebê não poderia ficar com a irmã menor de idade. Os agentes exigiram que a avó fosse até o local para pegar o bebê. Quando Rosane chegou, ela foi imediatamente detida. Nenhuma das filhas foi presa.

A operação gerou cenas de tensão e vídeos gravados por moradores mostraram a abordagem violenta. A polícia local de Worcester também esteve no local e prendeu a filha adolescente de Rosane e uma candidata a um cargo público, acusando ambas de tentar interferir na ação do ICE. Imagens mostram policiais empurrando pessoas e jogando a jovem no chão.

A justificativa do governo Trump para a prisão de Rosane foi uma acusação anterior de agressão com arma perigosa contra uma pessoa grávida. No entanto, segundo a filha, tratava-se de um desentendimento doméstico com a irmã adolescente, e a suposta “arma” seria um cabo de carregador de celular.

A prisão e a forma como foi conduzida geraram indignação na comunidade e protestos em frente à prefeitura de Worcester. O caso também chamou a atenção da Procuradoria-Geral de Massachusetts, que abriu uma investigação para apurar possíveis abusos por parte da polícia local, que, por lei estadual, não pode colaborar com o ICE.

O advogado da família, Andrew Lattarulo, afirmou que Rosane e suas filhas estão em estado de choque e que a adolescente segue revendo os vídeos do momento traumático. Ele também disse que o estado está avaliando investigar a conduta das autoridades locais por violarem as leis estaduais ao colaborarem com o ICE.

Enquanto isso, a família de Rosane segue sem respostas e pergunta: “Onde está nossa mãe?” A comunidade continua se mobilizando em busca de justiça e pela libertação da brasileira.

Foto: TIMOTHY A. CLARY/AFP/Getty Images

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