Durante uma audiência no Comitê Judiciário da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, a deputada democrata Jasmine Crockett levantou dúvidas sobre o visto concedido à primeira-dama Melania Trump em 2001. O debate ocorreu em meio a críticas ao governo Trump por endurecer políticas migratórias e promover uma série de deportações e restrições a vistos.
Crockett questionou como Melania, então modelo, conseguiu um visto EB-1 — conhecido como “visto Einstein” — geralmente reservado para pessoas com habilidades extraordinárias e reconhecimento internacional, como vencedores de prêmios Nobel, medalhistas olímpicos ou artistas de renome. “Última vez que verifiquei, a primeira-dama não tinha esse tipo de currículo”, ironizou a deputada.
A parlamentar também criticou o que chamou de “dois pesos e duas medidas” na forma como o governo trata imigrantes comuns em comparação com pessoas próximas ao presidente. “Por que não estamos falando de integridade quando se trata dos vistos da família do presidente?”, questionou.
O visto EB-1 exige que o solicitante comprove conquistas significativas em sua área de atuação. Melania, que chegou aos EUA em 1996 como modelo, teve sua imagem publicada em revistas como a GQ britânica, o que, segundo seus defensores, teria ajudado a cumprir os critérios exigidos.
Durante a audiência, Alex Nowrasteh, do Cato Institute, saiu em defesa da primeira-dama com uma resposta bem-humorada: “Nem todo mundo conseguiria se casar com Donald Trump. Isso por si só já é um feito.”
Melania Trump ainda não comentou as declarações. Desde o início do segundo mandato de Donald Trump, ela tem mantido uma postura discreta, aparecendo apenas em eventos oficiais pontuais ao lado do presidente.
A discussão reacende o debate sobre o uso político das leis de imigração nos Estados Unidos e levanta questionamentos sobre a coerência das políticas adotadas pela atual administração.
Foto: Julia Demaree Nikhinson/AP