Por Brooke Steinberg – NY Post
Encontrar um par romântico em 2026 pode passar menos por aplicativos tradicionais e mais por quadras, pistas e clubes esportivos. É o que indica um estudo divulgado pelo Feeld, aplicativo de relacionamento voltado a estilos de vida considerados “open-minded”, que analisou tendências recentes de desejo, identidade e conexão social.
Segundo a pesquisa, o interesse por esportes e atividades físicas se consolidou como um dos principais fatores de aproximação entre solteiros, sobretudo entre os mais jovens. Corridas em grupo, partidas de tênis organizadas como encontros e esportes comunitários ganharam espaço como formas de socialização e criação de vínculos afetivos.
De acordo com o relatório, oito dos dez interesses que mais cresceram entre integrantes da geração Z estão ligados a esportes. O levantamento aponta aumentos entre 300% e 600% no interesse por modalidades como tênis, futebol, basquete e atividades físicas em geral. O futebol teve crescimento próximo de 600%, enquanto basquete, corrida, natação, academia e treinos registraram alta em torno de 350%.
Para o pesquisador Luke Brunning, professor de ética aplicada e codiretor do Centre for Love, Sex and Relationships (CLSR) da Universidade de Leeds, a tendência reflete mudanças culturais mais amplas. Em comunicado divulgado junto aos dados, ele afirmou que a valorização de experiências coletivas, da sociabilidade e da construção de intimidade por meio de clubes e atividades estruturadas ajuda a explicar por que o esporte ganhou destaque no universo dos relacionamentos. Brunning também citou a maior presença feminina no esporte, a visibilidade de modalidades menos tradicionais nas redes sociais e o foco crescente em bem-estar, saúde e condicionamento físico.
O tênis aparece como um dos grandes destaques do estudo, com crescimento de cerca de 600% no interesse. A modalidade ganhou ainda mais projeção durante a Fan Week do US Open, no USTA Billie Jean King National Tennis Center, quando o torneio produziu a série “Game, Set, Matchmaker” para o YouTube. O projeto acompanhou oito casais formados a partir da paixão pelo esporte e do interesse em vivenciar o evento. Em entrevista citada pelo The Hollywood Reporter, a diretora criativa da Fresh Tape Media, Alana Glenn Moritz, afirmou que o US Open funciona como um palco cultural capaz de reunir drama, conexão e experiências inesperadas.
Fenômeno semelhante foi observado fora das quadras. Durante a Ryder Cup, em setembro, mulheres solteiras deixaram os aplicativos de namoro de lado e passaram a frequentar o torneio de golfe em busca de possíveis parceiros. A comediante Heather McMahan chegou a incentivar ouvintes de seu podcast a irem até Bethpage, nos arredores de Nova York. Uma das participantes, Colleen Griparich, de 36 anos, contou anteriormente ao New York Post que se surpreendeu com a quantidade de homens reunidos no local.
Outro esporte que entrou no radar dos solteiros é o pickleball. Em Nova York, quadras da modalidade se transformaram em pontos de encontro para integrantes da geração Z e millennials. O formato do jogo, que envolve a troca constante de parceiros e um ambiente mais informal, facilita conversas e aproximações entre desconhecidos.
Já os tradicionais grupos de corrida seguem firmes como alternativa aos aplicativos, a ponto de serem apelidados de “o novo Tinder”. O médico Zac Turner destacou que clubes de corrida e outras práticas organizadas ajudam pessoas solteiras a criar laços a partir do esforço compartilhado. Segundo ele, além do contato direto e sem filtros digitais, o ambiente elimina a pressão típica de um primeiro encontro. E, mesmo que o romance não aconteça, ao menos o exercício está garantido.
O estudo do Feeld sugere que, em um cenário cada vez mais digital, o movimento, o contato presencial e o interesse comum por esportes podem ser a principal jogada para quem busca amor nos próximos anos.
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Fonte: NY Post






