O FBI foi orientado a dedicar mais tempo ao combate à imigração ilegal, deixando em segundo plano a investigação de crimes financeiros, como corrupção e fraudes corporativas. A decisão foi comunicada a agentes em reuniões realizadas nesta segunda-feira (12), segundo fontes ouvidas pela agência Reuters.
A nova diretriz faz parte de uma mudança mais ampla no Departamento de Justiça dos Estados Unidos, sob o governo do presidente Donald Trump, que tem intensificado as ações contra a imigração irregular. De acordo com as fontes, os agentes do FBI foram informados de que cerca de um terço do tempo de trabalho deverá ser voltado para esse tipo de fiscalização, ao menos até o fim de 2025.
Ao mesmo tempo, o Departamento de Justiça divulgou novas orientações sobre quais tipos de crimes financeiros devem continuar sendo prioridade. Casos como fraudes no sistema de saúde, lavagem de dinheiro complexa (incluindo esquemas ligados a organizações chinesas), fraudes em comércio e alfândega, e crimes financeiros envolvendo apoio a organizações terroristas ou cartéis ainda serão investigados com mais atenção.
No entanto, outras áreas tradicionalmente visadas, como corrupção pública, suborno internacional e crimes ligados à influência estrangeira, terão menos foco por ora. A procuradora-geral Pam Bondi e o presidente Trump já haviam sinalizado anteriormente que pretendiam reduzir o número de processos relacionados a esses temas.
Além disso, o Departamento de Justiça está revendo acordos com empresas envolvidas em crimes financeiros. Algumas delas, que haviam sido obrigadas a contratar monitores externos como parte de acordos judiciais, tiveram essa exigência encerrada antes do previsto.
O novo memorando do Departamento também orienta os promotores a avaliarem com cautela se uma empresa realmente precisa ser processada criminalmente, sugerindo que, em casos menos graves, medidas civis ou administrativas podem ser mais adequadas.
Outra mudança é a ampliação de um programa piloto de recompensas para denunciantes (whistleblowers), com foco em casos que levem à apreensão de bens, como os relacionados a cartéis, organizações criminosas internacionais e violações de leis de imigração e sanções corporativas.
A medida reflete uma mudança de prioridades dentro do governo federal, que tem redirecionado recursos e pessoal de áreas tradicionais de investigação para reforçar a política de combate à imigração irregular.
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