O FBI está realocando agentes de volta às suas funções originais de combate ao terrorismo, após meses atuando em investigações ligadas à imigração.
Segundo fontes ligadas ao FBI, a mudança foi determinada pelo diretor-assistente Don Holstead, que orientou o retorno de agentes especializados em contraterrorismo, contrainteligência e cibersegurança às suas áreas de origem. A decisão ocorreu após as recentes questões com o governo iraniano.
Embora o FBI não confirme mudanças operacionais, a agência afirmou em nota que “realinha constantemente seus recursos para responder às ameaças mais urgentes à segurança nacional”.
Nos últimos meses, agentes e ex-agentes do FBI vinham alertando sobre os riscos de deslocar profissionais de segurança nacional para atuar em tarefas de imigração — uma função que tradicionalmente não é da alçada do FBI. A mudança foi imposta por ordens executivas do presidente Donald Trump, que priorizou o combate à imigração irregular e ao tráfico de drogas, inclusive tratando cartéis como organizações terroristas estrangeiras.
Essa reestruturação gerou preocupação interna, já que muitos agentes especializados em terrorismo não têm experiência com cartéis, e vice-versa. Além disso, houve uma série de demissões e aposentadorias em cargos-chave de segurança nacional tanto no FBI quanto no Departamento de Justiça, o que enfraqueceu ainda mais a capacidade de resposta a ameaças reais.
No Departamento de Segurança Interna (DHS), também houve cortes em equipes dedicadas à prevenção de ataques terroristas. Segundo um alto funcionário do órgão, reuniões regulares sobre contraterrorismo foram canceladas, e o foco passou a ser quase exclusivamente a imigração.
Agora o FBI agora tenta retomar o foco em ameaças externas e internas à segurança nacional — um movimento que, para muitos dentro da agência, já deveria ter sido feito há mais tempo.
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