Laboratórios independentes de teste de cannabis em Massachusetts estão solicitando maior regulamentação estadual, afirmando que o cenário atual favorece práticas desonestas e permite que produtos de qualidade inferior cheguem aos dispensários. Durante uma audiência pública organizada pela Comissão de Controle de Cannabis (CCC), representantes de laboratórios e moradores expressaram preocupações de que o sistema vigente incentiva laboratórios a manipular resultados para mostrar níveis mais elevados de THC, atraindo cultivadores em busca de aprovação rápida.
Corey Aldoupolis, diretor do laboratório ATOZ Labs, pediu que os laboratórios participem ativamente na formulação das regulamentações, sugerindo reuniões mensais com a CCC. O problema central, segundo ele, é que os cultivadores escolhem o laboratório para testar seus produtos, e alguns laboratórios menos rigorosos podem omitir resultados preocupantes para atrair mais clientes.
Michael Kahn, CEO da MCR Labs em Framingham, destacou que já havia levantado questões de saúde pública ao CCC anteriormente, mas enfrentou uma auditoria surpresa como resposta. Yasha Kahn, cofundador da MCR Labs, afirmou que os dados de Massachusetts são “alarmantes”, pois certos laboratórios apresentam taxas de reprovação de testes de mofo e fermento significativamente menores, o que gera suspeitas.
A Comissão de Controle de Cannabis reconheceu a necessidade de mais transparência e anunciou a criação de um portal de dados para monitorar a potência de THC relatada pelos laboratórios. No entanto, os dados ainda são anônimos, e há uma pressão para que os nomes dos laboratórios sejam divulgados.
Estados como Colorado e Califórnia já implementaram medidas mais rigorosas para combater resultados exagerados, como testes independentes e recalls de produtos. Michael Kahn espera que Massachusetts siga esses exemplos para garantir que pacientes e consumidores recebam produtos seguros e devidamente rotulados.
