Um projeto de lei que propõe a proibição do uso de celulares e outros dispositivos eletrônicos por estudantes em escolas públicas de Massachusetts deu seu primeiro passo no Senado estadual. A proposta foi aprovada por uma comissão legislativa e agora segue para análise no Comitê de Orçamento e Finanças do Senado.
A medida prevê que, até o início do ano letivo de 2026-2027, todas as escolas públicas e distritos escolares do estado tenham uma política clara sobre o uso de dispositivos pessoais como celulares, tablets, smartwatches e fones de ouvido Bluetooth. O objetivo é reduzir distrações, melhorar o foco nas aulas e proteger a privacidade e segurança de alunos e funcionários.
A proposta segue uma tendência nacional: mais da metade dos estados americanos já adotaram restrições ao uso de celulares nas escolas, e pelo menos dez estados impuseram proibições completas durante o horário escolar.
A legislação de Massachusetts inclui exceções para estudantes que precisam dos dispositivos por motivos de saúde, segurança, educação especial, aprendizado de inglês ou emergências. Além disso, as escolas deverão garantir formas de comunicação entre pais e alunos durante o dia letivo.
A presidente do Senado, Karen Spilka, e o senador Jason M. Lewis, que lidera o Comitê de Educação, defenderam a proposta em nota conjunta. “O celular é um dos dispositivos mais distrativos já criados. As evidências mostram que eles são grandes obstáculos para o aprendizado e dificultam o trabalho dos nossos educadores”, afirmaram.
A proposta também conta com o apoio da Associação de Professores de Massachusetts, do secretário estadual de Educação, Patrick Tutwiler, e da procuradora-geral do estado, Andrea Campbell.
Relatórios recentes, como o do Pew Research Center, mostram que quase três quartos dos professores do ensino médio nos EUA consideram os celulares um dos principais problemas em sala de aula. Especialistas em saúde mental também alertam para os efeitos negativos do uso excessivo de redes sociais entre os jovens.
Algumas cidades de Massachusetts, como Newton, Brockton, Fall River, Methuen e Ipswich, já adotaram políticas locais restringindo o uso de celulares nas escolas. Em Ipswich, por exemplo, os alunos entregam os celulares aos professores no início do dia e só os recuperam ao final das aulas. Segundo o diretor da escola, Jonathan Mitchell, a mudança teve um impacto positivo no ambiente escolar, com mais interação entre os estudantes e menos distrações.
Foto: Matthew Healey
Fonte: Boston Globe