Pentágono diz que EUA não vão atacar o Irã, e Trump convoca Conselho de Segurança Nacional

O governo dos Estados Unidos indicou nesta segunda-feira que não pretende realizar um ataque direto ao Irã, mesmo com a escalada do conflito entre Israel e o regime iraniano. A informação foi confirmada pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth, que destacou que as forças americanas estão em posição defensiva e prontas para proteger seus interesses e tropas na região.

A declaração veio horas antes de o presidente Donald Trump convocar uma reunião de emergência do Conselho de Segurança Nacional (NSC) na Casa Branca para discutir a situação no Oriente Médio. O encontro ocorre em meio ao reposicionamento de navios de guerra e aeronaves militares dos EUA na região, como forma de resposta caso o conflito entre Israel e Irã se intensifique ainda mais.

Desde a última sexta-feira, Israel e Irã têm trocado ataques, em um dos episódios mais graves de tensão entre os dois países nos últimos anos. Os bombardeios israelenses atingiram alvos estratégicos no Irã, incluindo instalações nucleares e lideranças militares, deixando mais de 220 mortos. Em resposta, o Irã lançou mísseis contra Israel, causando 24 mortes e centenas de feridos.

Apesar da tensão, o secretário de Defesa afirmou que a prioridade dos EUA continua sendo evitar que o Irã desenvolva armas nucleares e buscar um novo acordo nuclear. “Acreditamos que o Irã não deve ter uma arma nuclear. Essa posição não mudou”, disse Hegseth em entrevista à Fox News.

Trump, por sua vez, reforçou a mensagem de alerta ao Irã e chegou a pedir que os moradores de Teerã evacuem a capital imediatamente. “O Irã deveria ter assinado o acordo que propus. Que desperdício de vidas humanas. IRÃ NÃO PODE TER UMA ARMA NUCLEAR”, escreveu o presidente em sua rede social.

O presidente americano também decidiu deixar mais cedo a cúpula do G7, no Canadá, para retornar a Washington e lidar com a crise. Segundo a Casa Branca, Trump teve um “dia produtivo” no encontro, inclusive assinando um novo acordo comercial com o Reino Unido, mas a situação no Oriente Médio exigiu seu retorno imediato.

Enquanto isso, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que seu objetivo não é promover uma mudança de regime no Irã, mas admitiu que isso pode acabar sendo uma consequência dos ataques. Ele também negou que Trump tenha vetado um ataque israelense ao líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, e disse que uma ação desse tipo poderia, na verdade, encerrar o conflito.

A tensão continua alta, com alertas de mísseis sendo emitidos em Israel e declarações duras de ambos os lados. Organizações como o Conselho de Relações Americano-Islâmicas (CAIR) criticaram a postura de Trump, comparando-a aos erros cometidos pelos EUA na guerra do Iraque.

Apesar do clima de guerra, Trump afirmou que o Irã demonstrou interesse em negociar uma saída pacífica para a crise. Já Israel acredita que o conflito ainda deve se intensificar nos próximos dias.

Foto: Mark Schiefelbein/AP

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