O Pentágono anunciou um acordo histórico para resolver uma ação coletiva envolvendo cerca de 35 mil veteranos LGBTQ+ que foram injustamente dispensados das Forças Armadas dos Estados Unidos sob políticas discriminatórias. Apesar do fim do banimento de tropas LGBTQ+ há mais de uma década, muitos desses veteranos ainda não conseguiram acessar os benefícios a que têm direito.
O acordo, que agora aguarda aprovação pelo Tribunal do Distrito Norte da Califórnia, permitirá que os registros desses veteranos sejam revisados em grupo, eliminando o complicado processo individual. Assim, eles poderão receber os documentos de “Baixa Honrosa” e acessar benefícios do Departamento de Assuntos dos Veteranos (VA) já no próximo verão.
Para Lilly Steffanides, veterana da Marinha e uma das autoras do processo, este acordo é mais do que uma questão administrativa. “Não se trata apenas de corrigir registros; é sobre restaurar a honra e o orgulho que os veteranos LGBTQ+ sempre mereceram, mas lhes foram negados.” Steffanides compartilhou que, após ser expulsa em 1988, enfrentou anos de estigma, dependência química e falta de moradia.
A advogada Jocelyn Larkin destacou que este é um passo crucial para reparar uma injustiça profundamente enraizada. “Esse acordo entrega a tão esperada justiça a veteranos LGBTQ+ que serviram com honra, mas foram despojados de dignidade e reconhecimento devido a políticas discriminatórias.”
As dispensas discriminatórias ocorreram principalmente sob a política “Don’t Ask, Don’t Tell”, implementada em 1993 e revogada em 2011 pela administração Obama. Desde então, a integração de tropas LGBTQ+ tem sido considerada um sucesso pelo Pentágono, sem impacto na coesão das unidades ou na prontidão para combate.
Este acordo marca uma virada significativa, trazendo dignidade, respeito e os direitos há muito negados a veteranos que serviram corajosamente ao país, mas sofreram as consequências de políticas injustas.
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