WESTMINSTER, Califórnia — Em março de 2022, a policial Nicole Brown, da cidade de Westminster, sofreu uma pancada na cabeça ao tentar conter um suspeito que resistia à prisão. Ela relatou dores de cabeça e tontura, foi atendida por um médico e liberada para retornar ao trabalho normalmente.
No entanto, nos dias seguintes, Nicole ligou para a delegacia dizendo estar doente e deixou de comparecer ao trabalho. Pouco depois, recebeu o diagnóstico de concussão severa, atribuído ao impacto na cabeça. Com isso, foi classificada como “temporariamente e totalmente incapaz”, o que lhe deu direito a receber salário integral por até um ano.
Investigações posteriores revelaram que, enquanto alegava estar incapacitada, Nicole participou de eventos como conferências de futebol em San Diego, corridas de 5 km, aulas online, jogos de beisebol, partidas de golfe e até praticou snowboard.
Em 2023, ainda afastada do trabalho, ela foi vista em um festival de música, com luzes fortes e som alto, onde, segundo os investigadores, “bebeu e dançou” com outras pessoas. Tudo isso contradiz os sintomas que ela alegava ter, como sensibilidade à luz e ao som, dificuldade de raciocínio e problemas com o uso de computador.
No total, entre salários, benefícios de saúde e despesas médicas, Nicole Brown recebeu cerca de US$ 600 mil do Estado.
Seu advogado, Brian Gurwitz, afirmou que ela sofreu uma lesão significativa e que pretende se defender com firmeza das acusações. Já os promotores do caso dizem que, se os sintomas relatados fossem reais, ela não teria condições de realizar as atividades que participou.
Nicole entrou para a Polícia de Westminster em 2019. Em 2021, a corporação chegou a fazer uma publicação em suas redes sociais elogiando sua postura e destacando a importância da diversidade no trabalho em equipe.
Agora, ela enfrenta 15 acusações criminais, incluindo fraude contra o seguro e uso indevido de compensação trabalhista. Se for considerada culpada em todos os crimes, Nicole Brown pode pegar até 22 anos de prisão.
Foto: CBS News