Ratos em Boston estão espalhando doença potencialmente fatal, alertam cientistas

Um estudo recente realizado por pesquisadores da Universidade Tufts revelou que os ratos em Boston estão transmitindo uma doença que, até então, era mais comum em regiões tropicais. A leptospirose, uma infecção que pode afetar tanto humanos quanto animais, tem se tornado mais presente na cidade, e os cientistas alertam que a incidência deve aumentar com as mudanças climáticas.

A pesquisa, que durou seis anos, confirmou que a maioria das populações de ratos na cidade carrega a bactéria responsável pela doença. Os estudos também mostraram que diferentes grupos de ratos carregam variações distintas da bactéria, o que pode facilitar a disseminação entre colônias.

A leptospirose pode causar sintomas leves, como dor de cabeça e febre, ou casos mais graves, que podem levar à falência de múltiplos órgãos e até à morte. A bactéria se prolifera em ambientes quentes e úmidos, contaminando água ou solo através da urina de animais infectados. Com o aumento das temperaturas devido às mudanças climáticas, a doença está se tornando mais comum até mesmo em regiões mais frias, como o Nordeste dos EUA.

Pessoas que entram em contato com água ou solo contaminados, especialmente aquelas que vivem na rua, veterinários, trabalhadores de saneamento e agricultores, estão mais expostas ao risco de contrair a doença. Ela pode ser tratada com antibióticos, desde que seja diagnosticada corretamente.

Os pesquisadores destacam que é difícil saber quantas pessoas já foram infectadas na cidade, pois muitas não apresentam sintomas ou só procuram atendimento quando a doença está mais grave. Um caso registrado em 2018, que provavelmente teve origem em um rato, foi o único monitorado até agora, e a pessoa se recuperou após hospitalização.

Especialistas alertam para a necessidade de maior conscientização sobre a leptospirose na região, especialmente entre profissionais de saúde. Acredita-se que ações de controle de ratos, como a eliminação de fontes de alimento e o uso de tecnologia para identificar e eliminar esconderijos, sejam essenciais para reduzir o risco de transmissão.

Com o aumento da população de ratos em Boston, que cresceu 53% entre 2011 e 2021 devido ao clima mais quente, a preocupação é que a disseminação de doenças também aumente. A iniciativa “Boston Rodent Action Plan” busca combater o problema por meio de campanhas de saneamento e controle de alimentos que atraem os roedores.

Especialistas defendem que, ao invés de tentar erradicar completamente os ratos, o foco deve ser aprender a conviver com eles, controlando sua população e minimizando os riscos de transmissão de doenças. A pesquisa reforça a importância de monitorar a situação, já que a leptospirose está se tornando uma preocupação global, especialmente em um cenário de mudanças climáticas aceleradas.

Foto: Freepik

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