Republicanos querem monitorar imigrantes com pulseiras de rastreamento GPS o tempo todo

Uma nova proposta apresentada por parlamentares republicanos nos Estados Unidos está gerando polêmica ao sugerir que todos os imigrantes não detidos — incluindo solicitantes de asilo e até estudantes — sejam obrigados a usar dispositivos de rastreamento por GPS durante todo o tempo em que estiverem no país.

A medida faz parte do projeto de orçamento do Departamento de Segurança Interna (DHS), apoiado pela ala mais conservadora do Partido Republicano e alinhado com a política de imigração da gestão Trump. A proposta é vista por críticos como uma alternativa desumana à detenção, que trata imigrantes como criminosos ou animais em extinção.

Segundo o site Migrant Insider, a ideia é expandir o uso de tecnologias como as “Veri-Watches”, pulseiras de monitoramento que se assemelham a relógios inteligentes, mas que não oferecem nenhuma função pessoal. Esses dispositivos já foram usados anteriormente pelo ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas) para monitorar solicitantes de asilo. Eles permitem rastreamento em tempo real, reconhecimento facial e envio de mensagens por parte dos agentes de imigração.

Em 2023, o ICE distribuiu cerca de 3.000 dessas pulseiras, e agora o plano é ampliar o uso para milhões de imigrantes. “Esses dispositivos complementam as alternativas à detenção de forma menos invasiva, aumentando a taxa de comparecimento dos participantes ao longo do processo migratório”, afirmou Corey Price, diretor associado do ICE, na época do lançamento do programa.

Além do rastreamento, o projeto de lei também inclui cortes em programas de diversidade, equidade e inclusão dentro do DHS, além de destinar US$ 4,4 bilhões para operações de custódia do ICE. A proposta ainda proíbe que autoridades locais reduzam seus acordos de cooperação com o ICE, conhecidos como 287(g), que permitem que policiais locais atuem como agentes de imigração.

Para críticos, a proposta representa um avanço de políticas autoritárias e uma violação dos direitos civis de pessoas que, na maioria dos casos, não cometeram nenhum crime. Ainda assim, o projeto tem grandes chances de ser aprovado tanto na Câmara quanto no Senado dos EUA.

Foto: Freepik

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