O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta terça-feira o pacote econômico proposto pelo presidente Donald Trump, conhecido como “One Big Beautiful Bill”. A votação foi extremamente apertada: 51 a 50, com o voto de desempate dado pelo vice-presidente JD Vance, que também preside o Senado.
Apesar de os republicanos terem maioria na Casa (53 cadeiras contra 47 dos democratas), três senadores do próprio partido votaram contra o projeto: Susan Collins (Maine), Thom Tillis (Carolina do Norte) e Rand Paul (Kentucky). Agora, o texto segue para nova votação na Câmara dos Deputados. Trump espera sancionar a medida até o feriado de 4 de julho.
O pacote inclui uma série de cortes de impostos e incentivos fiscais, especialmente voltados para trabalhadores, famílias com filhos e idosos. Entre os principais pontos estão:
Isenção de impostos sobre gorjetas e horas extras, com limite de renda para acesso ao benefício;
Aumento do crédito tributário por filho, de US$ 2 mil para US$ 2,5 mil, válido até 2028;
Redução de impostos para idosos que recebem benefícios da Previdência Social;
Ampliação do limite de dedução de impostos estaduais e locais (conhecido como SALT), de US$ 10 mil para até US$ 40 mil, para famílias com renda de até US$ 500 mil;
Possibilidade de deduzir juros pagos em financiamentos de veículos fabricados nos EUA.
Segundo o secretário do Tesouro, Scott Bessent, o projeto “impede um aumento de impostos de US$ 4 trilhões sobre os trabalhadores americanos” e fortalece o setor industrial. No entanto, uma análise citada pelo jornal The New York Times aponta que as medidas podem aumentar o déficit público em US$ 3,3 trilhões nos próximos dez anos.
A Casa Branca afirma que o impacto será compensado com cortes em programas sociais e em incentivos para projetos de energia limpa. Ainda assim, o pacote tem gerado críticas, inclusive do ex-assessor de Trump, Elon Musk, que chamou a proposta de “abominação repugnante”. Musk liderava o DOGE, departamento criado para cortar gastos do governo e reduzir o número de cargos federais.
Agora, a expectativa é pela votação na Câmara, onde o clima também promete ser tenso. Se aprovado, o pacote representará uma das maiores mudanças fiscais dos últimos anos nos Estados Unidos.