Por Kristine Parks – Fox News
O psicoterapeuta Jonathan Alpert, que atua em Manhattan e é autor do livro “Therapy Nation”, afirma ter recebido dezenas de mensagens de ódio, incluindo ameaças de morte, depois de tornar público seu ponto de vista sobre o que chama de “Trump Derangement Syndrome” (Síndrome de Obsessão por Trump). Alpert relatou que a reação negativa veio após sua participação no canal Fox News e a publicação de um artigo de opinião no Wall Street Journal, em 12 de novembro, no qual descreveu pacientes de diferentes orientações políticas que trazem o presidente Donald Trump para as sessões de terapia, não para discutir políticas, mas para lidar com sentimentos de obsessão, raiva e angústia.
Segundo Alpert, as mensagens recebidas por texto e e-mail na última semana continham ofensas graves e até ameaças explícitas. Em entrevista à Fox News Digital, ele afirmou que esperava discordâncias, mas não o nível de hostilidade, especialmente de colegas da área da saúde mental. “O que mais chama atenção é a contradição: muitos que falam sobre empatia e tolerância foram os que menos demonstraram isso”, avaliou.
Durante sua participação no programa “The Faulkner Focus”, em 14 de novembro, Alpert declarou que a chamada “Trump Derangement Syndrome” não é apenas um insulto político, mas um padrão psicológico real que observa em seu consultório. Ele relatou casos de pacientes que não conseguem dormir, sentem-se inquietos ou até traumatizados ao ver notícias sobre Trump. Um exemplo citado foi o de uma paciente que não conseguia aproveitar as férias porque se sentia “desencadeada” sempre que via o presidente na mídia.
Alpert estima que cerca de três quartos de seus pacientes apresentam sintomas desse padrão, embora ressalte que o termo não é um diagnóstico médico e que não se trata de rotular crenças políticas como doença mental. “O que descrevo é um padrão emocional, não uma ideologia”, explicou. Para ele, o problema surge quando sentimentos políticos se tornam tão intensos que passam a interferir na vida cotidiana.
O terapeuta também observou que, desde 2016, as pessoas estão mais sensíveis e emocionais em relação a Trump, o que reflete uma tendência de confundir discordância política com ameaça pessoal. Segundo Alpert, o uso de termos como “estou desencadeado” ou “me sinto inseguro” tem aumentado, o que contribui para a escalada dos conflitos e dificulta o diálogo.
Para Alpert, a visão sobre Trump seja positiva ou negativa tornou-se parte central da identidade de muitas pessoas, o que mantém a intensidade emocional elevada. Quando a política começa a afetar sono, humor e relacionamentos, ele alerta que a opinião se transforma em preocupação emocional. Seu objetivo como terapeuta é ajudar os pacientes a separar sentimentos de fatos e evitar que emoções dominem suas vidas.
Apesar das críticas, Alpert também recebeu mensagens de apoio de pessoas que dizem conhecer alguém afetado pelo que ele descreve como “Trump Derangement Syndrome”. Ele afirma que muitos pacientes se sentem aliviados ao conversar com alguém que não teme nomear o fenômeno.
Por outro lado, alguns profissionais de saúde mental alertam para o risco de patologizar emoções políticas. Em carta ao editor após o artigo de Alpert, a psiquiatra Robin Weiss, de Baltimore, destacou que, embora seja importante ajudar pacientes a manterem estabilidade emocional, também é papel dos clínicos registrar danos sociais quando os identificam, citando como exemplo uma funcionária da saúde ameaçada de perder o emprego devido a cortes federais.
Foto: Brendan Smialowski/AFP/Getty Images
Fonte: Fox News






