O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira que está considerando seriamente tornar privadas novamente as empresas Fannie Mae e Freddie Mac, duas instituições fundamentais para o funcionamento do mercado de hipotecas no país. A declaração foi feita em sua rede social, a Truth Social.
“Estou analisando com muita seriedade a possibilidade de levar a Fannie Mae e a Freddie Mac de volta ao setor privado”, escreveu Trump. Ele disse que vai consultar membros de seu gabinete e que tomará uma decisão em breve. Segundo o presidente, as duas empresas estão “indo muito bem” e gerando bastante receita, o que indicaria que este seria um bom momento para a mudança.
Fannie Mae e Freddie Mac são empresas criadas pelo governo dos EUA para facilitar o acesso ao crédito imobiliário. Elas compram hipotecas de bancos e outras instituições financeiras, o que ajuda a manter o mercado de crédito mais estável e acessível para os americanos. Esse modelo permite, por exemplo, que muitos bancos ofereçam financiamentos com prazos longos e juros mais baixos, como os populares empréstimos com taxa fixa de 30 anos.
No entanto, especialistas alertam que uma eventual privatização pode trazer riscos. Como as duas empresas hoje contam com apoio do governo, isso transmite mais segurança aos investidores. Caso percam esse respaldo, os investidores podem exigir retornos maiores, o que pode levar ao aumento das taxas de juros para quem quiser financiar a casa própria.
O economista-chefe da Moody’s Analytics, Mark Zandi, estima que a privatização poderia aumentar os custos de um financiamento em até US$ 2.800 por ano para o consumidor americano médio.
Fannie Mae e Freddie Mac foram colocadas sob controle do governo em 2008, durante a crise financeira global, após sofrerem grandes perdas com a queda do mercado imobiliário. A ideia inicial era que essa intervenção fosse temporária, mas até hoje as empresas seguem sob supervisão da Agência Federal de Financiamento da Habitação (FHFA).
O presidente Trump já havia tentado tirar as duas empresas do controle governamental durante seu primeiro mandato, em 2019, mas não conseguiu avançar com a proposta.
O atual diretor da FHFA, William Pulte, nomeado em março deste ano, afirmou que qualquer plano de privatização deve ser cuidadosamente estudado, especialmente em relação ao impacto nas taxas de juros dos financiamentos.
Analistas acreditam que, mesmo com o interesse do presidente Trump, uma mudança desse tipo só aconteceria a partir do final de 2026 ou início de 2027, devido à complexidade do processo.
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