Tylenol na gravidez e autismo: médicos desmentem rumores após declarações da Casa Branca

Por Mary Kekatos – ABC News

Após declarações do presidente Donald Trump, durante uma coletiva na Casa Branca, sugerindo que o uso de Tylenol (acetaminofeno) na gravidez poderia aumentar o risco de autismo em crianças, uma onda de informações desencontradas tomou conta das redes sociais. Médicos e pesquisadores ouvidos pela ABC News reforçam que não há evidências científicas que confirmem essa relação e alertam para os perigos da desinformação.

Trump também afirmou, sem apresentar provas, que comunidades como a Amish teriam taxas mais baixas de autismo por não usarem medicamentos ou vacinas. No entanto, estudos citados por especialistas mostram que, embora a prevalência de autismo entre os Amish seja menor do que na média nacional dos EUA, as metodologias de pesquisa e o acesso à saúde nessas comunidades são diferentes, dificultando comparações diretas. Além disso, pesquisadores como o Dr. Alan Shuldiner, da Universidade de Maryland, destacam que os Amish utilizam Tylenol e que fatores genéticos também podem influenciar a incidência de autismo nesse grupo.

Outro rumor que circulou nas redes sociais é que mulheres grávidas estariam tomando doses excessivas de Tylenol para desafiar as declarações da administração Trump. Médicos afirmam que não há relatos confirmados desse comportamento e reforçam que o uso abusivo de acetaminofeno pode ser tóxico, causando sintomas como dor abdominal, náusea, vômito e, em casos graves, convulsões.

O pediatra Dr. Alok Patel, do Stanford Children’s Health, orienta que gestantes e pais conversem com seus médicos antes de tomar decisões sobre medicamentos. Ele explica que o Tylenol é considerado seguro para uso durante a gravidez e para crianças, desde que respeitadas as doses recomendadas. Organizações como a Academia Americana de Pediatria também afirmam que não existe ligação comprovada entre o uso do medicamento em crianças e o desenvolvimento de autismo.

Trump ainda sugeriu que pais evitem dar Tylenol a bebês e crianças pequenas, recomendação que não encontra respaldo em entidades médicas. Segundo Patel, em situações de febre alta ou dor, o acetaminofeno pode ser a opção mais segura para aliviar os sintomas e evitar complicações, desde que a dose seja adequada ao peso e idade da criança.

Durante as discussões, também foi citado que a circuncisão estaria relacionada a taxas maiores de autismo devido ao uso de Tylenol. No entanto, estudos mencionados não comprovam essa relação e sequer citam o uso do medicamento como fator determinante.

Especialistas reforçam que pais e gestantes devem buscar informações confiáveis e conversar com profissionais de saúde antes de tomar decisões sobre o uso de medicamentos. O uso correto do Tylenol, conforme orientação médica, continua sendo considerado seguro para tratar dor e febre tanto em gestantes quanto em crianças.

Foto: Ronaldo Schemidt/AFP via Getty Images

Fonte: ABC News

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