A vitória de Zohran Mamdani nas primárias democratas para a prefeitura de Nova York gerou uma onda de comentários islamofóbicos por parte de apoiadores do movimento MAGA (Make America Great Again), ligado ao atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nas redes sociais, figuras da extrema-direita chegaram a sugerir que a eleição de Mamdani poderia levar a um novo ataque semelhante ao 11 de Setembro — uma acusação sem qualquer fundamento.
Mamdani, de 33 anos, é um político democrata socialista e muçulmano, que vive nos Estados Unidos desde os sete anos de idade. Durante sua campanha, ele enfrentou ameaças de morte e mensagens de ódio, o que levou sua equipe a contratar segurança privada. Algumas dessas ameaças estão sendo investigadas pela divisão de crimes de ódio da polícia de Nova York.
Apesar dos ataques, Mamdani comemorou a vitória com seus apoiadores na noite de terça-feira (25), citando Nelson Mandela: “Sempre parece impossível até que seja feito.” Ele agradeceu aos eleitores e declarou: “Fizemos história. Serei o candidato democrata à prefeitura de Nova York.”
A vitória foi reconhecida até mesmo por seu principal adversário, o ex-governador Andrew Cuomo, que elogiou a campanha de Mamdani como “muito inteligente”.
Enquanto isso, nomes como Laura Loomer e Charlie Kirk, ligados à extrema-direita americana, usaram as redes sociais para associar Mamdani ao terrorismo, baseando-se apenas em sua religião. As declarações foram amplamente criticadas por especialistas e comentaristas políticos, que apontaram o preconceito e a tentativa de deslegitimar um candidato por sua origem e fé.
Para o professor Mark Shanahan, da Universidade de Surrey, no Reino Unido, os ataques mostram como a política americana está cada vez mais polarizada. “Os adversários de Mamdani recorrem imediatamente a características que dividem — como raça e religião — para atacá-lo, mesmo que ele não tenha qualquer ligação com os eventos mencionados”, afirmou.
O resultado final da eleição será confirmado oficialmente no dia 1º de julho, após a contagem completa dos votos por escolha ranqueada.
Foto: Foto AP/Heather Khalifa
