Estudo encontra “químicos eternos” em 95% das cervejas analisadas nos EUA

Um estudo recente publicado na revista Environmental Science & Technology revelou que 95% das cervejas analisadas nos Estados Unidos contêm substâncias conhecidas como PFAS, os chamados “químicos eternos”, devido à sua resistência em se degradar no meio ambiente e no corpo humano.

Essas substâncias sintéticas, associadas a problemas de saúde como câncer e distúrbios hormonais, provavelmente entram na cerveja por meio da água da torneira usada na fabricação. Como a cerveja é composta por cerca de 90% de água, a qualidade da água usada no processo de produção é essencial.

A pesquisa analisou 23 cervejas de diferentes regiões do país e encontrou uma forte relação entre a presença de PFAS na água potável local e os níveis encontrados nas cervejas produzidas nessas áreas. As amostras mais contaminadas vieram da região da Bacia do Rio Cape Fear, na Carolina do Norte, seguidas por cervejas produzidas no condado de St. Louis, no Missouri.

Embora o estudo não tenha divulgado marcas específicas, os resultados levantam preocupações sobre a eficácia dos sistemas de filtragem de água utilizados por muitas cervejarias, que podem não ser suficientes para remover totalmente essas substâncias.

A autora principal do estudo, Jennifer Hoponick Redmon, afirmou que espera que os resultados incentivem melhorias nas estratégias de tratamento de água, tanto em nível municipal quanto nas próprias fábricas. “Como alguém que também aprecia uma cerveja de vez em quando, me perguntei se os PFAS presentes na água estavam chegando aos nossos copos”, disse ela.

A preocupação com os PFAS vai além da cerveja. Um relatório da Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) apontou que mais de 70 milhões de americanos já estão expostos a essas substâncias por meio da água potável. E estudos anteriores já identificaram PFAS em produtos do dia a dia, como lentes de contato, papel higiênico, xampus e até na água da chuva.

Para quem deseja reduzir a exposição, especialistas recomendam o uso de filtros de água certificados, como os que utilizam carvão ativado, resinas de troca iônica ou membranas de alta pressão, já que ferver a água não elimina os PFAS.

A descoberta reforça a importância de políticas públicas voltadas para o controle de contaminantes ambientais que, muitas vezes, passam despercebidos, mas estão presentes em produtos de consumo diário.

Foto: Freepik.

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