Fundadora do Latinas for Trump critica agenda de deportação da Casa Branca: ‘Não foi isso que votamos’

Ileana Garcia, uma legisladora republicana da Flórida e fundadora do grupo Latinas for Trump, expressou sua desaprovação em relação às recentes operações de deportação em massa promovidas pela administração. Em uma declaração feita no último sábado, ela afirmou: “Isso não é o que votamos”. Garcia, que sempre apoiou Trump, considera as ações do governo inaceitáveis e desumanas.

Ela destacou que seus pais, que fugiram de Cuba, são tão americanos quanto qualquer outra pessoa, incluindo Stephen Miller, um dos principais responsáveis pela agenda anti-imigração de Trump, que visa realizar 3.000 prisões diárias de imigrantes. Garcia enfatizou que, embora entenda a necessidade de deportar criminosos, as medidas atuais estão sendo aplicadas de forma arbitrária, atingindo pessoas que estão comparecendo a audiências de imigração e que, em muitos casos, têm medo de perseguição.

As declarações de Garcia surgem em meio a uma onda de prisões de imigrantes em locais de trabalho e dentro de tribunais, gerando indignação e protestos. Muitas pessoas estão acusando a administração de perseguir imigrantes que estão cumprindo a lei. Apesar de seu histórico de apoio a Trump, as críticas de Garcia parecem ignorar as promessas de campanha do presidente sobre uma operação de deportação em massa e os alertas de defensores dos imigrantes sobre as consequências dessas políticas.

Desde sua primeira campanha em 2016, Garcia tem sido uma defensora do presidente e criou o Latinas for Trump para mobilizar mulheres hispânicas em apoio a ele. Durante o primeiro mandato de Trump, ela também atuou como porta-voz do Departamento de Segurança Interna.

Na campanha de 2024, Trump prometeu combater o que chamou de “invasão” de imigrantes indocumentados, utilizando relatos de crimes violentos para justificar uma repressão severa que poderia afetar milhões de famílias. Ele reiterou seu compromisso de prender e deportar pessoas que vivem nos Estados Unidos sem autorização legal.

Após assumir o cargo, o presidente revogou políticas que limitavam as prisões em locais sensíveis, como tribunais e escolas, e rescindiu proteções humanitárias para cerca de 1 milhão de pessoas com status legal temporário, incluindo muitos venezuelanos e cubanos, cujas comunidades são significativas na Flórida.

Uma pesquisa recente revelou que cerca de 80% dos venezuelanos na Flórida consideram injusta a revogação do status de proteção temporária. A crítica de Garcia se alinha à de outra legisladora republicana da Flórida, Elvira Salazar, que também se manifestou contra as ações da administração, ressaltando a importância de um processo legal justo para aqueles que navegam pelo complicado sistema de imigração.

Salazar expressou sua tristeza pela incerteza que afeta sua comunidade e afirmou que as prisões em tribunais e a revogação do status de proteção ameaçam o devido processo, um princípio fundamental de qualquer democracia. A Associação Americana de Advogados de Imigração também condenou as prisões em tribunais, afirmando que essas ações representam uma traição à justiça básica e ao devido processo para aqueles que estão apenas seguindo as regras.

 
Foto: Latino America 21

Share this post :

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *