CAMBRIDGE, Mass. — A Universidade Harvard abriu um processo contra o governo federal, alegando tentativa de violação da liberdade de expressão garantida pela Constituição dos Estados Unidos.
A ação busca reverter o bloqueio de US$ 2,2 bilhões em recursos que o governo Trump ameaçou cortar. No mês passado, o governo enviou à universidade uma lista com 10 exigências, incluindo mudanças nos processos de contratação de funcionários e admissão de alunos. Posteriormente, solicitou acesso à lista de estudantes que participaram de protestos em apoio à Palestina no campus.
Harvard não é a única instituição a enfrentar pressões do governo. Outras universidades, como Columbia (Nova York), Universidade da Pensilvânia, Brown e Princeton, também foram alvo de intervenções.
Inicialmente, o governo Trump ameaçou congelar os US$ 9 bilhões que repassa anualmente a programas da universidade. Segundo advogados de Harvard, as exigências são ilegais. De acordo com a NBC News, um oficial do governo chegou a afirmar que “a lista de exigências foi enviada por engano”.
Após as primeiras ameaças, o Departamento de Justiça declarou que retiraria de Harvard a autorização para receber estudantes internacionais, que representam 27% do corpo estudantil. Além disso, o presidente Donald Trump anunciou nas redes sociais que pediria ao IRS a revogação do status de isenção fiscal da universidade.
Harvard, que recebe US$ 53 bilhões por ano em apoio financeiro externo, é considerada a instituição mais preparada para resistir à pressão do governo.
O governo federal ainda não se pronunciou sobre o processo movido pela universidade.
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