FORT PIERCE, Flórida — Ryan Routh, o homem acusado de tentar assassinar Donald Trump durante a campanha presidencial do ano passado, deve comparecer ao tribunal federal nesta terça-feira (data não especificada).
Segundo os promotores, um agente do Serviço Secreto percebeu Routh com um fuzil enquanto Trump jogava golfe em seu clube em West Palm Beach, em setembro. O agente teria visto o cano da arma saindo da vegetação a alguns buracos de distância do local onde Trump estava. Ao perceber a ameaça, o agente atirou. Routh fugiu, mas foi preso pouco tempo depois na rodovia Interestadual 95, dirigindo em direção ao norte.
Routh enfrenta cinco acusações federais, incluindo tentativa de assassinato de um candidato à presidência e violação de leis federais sobre armas. Durante a audiência desta terça, a Justiça vai discutir o uso do fuzil que, segundo as autoridades, seria utilizado no atentado. A arma, um modelo SKS semiautomático, foi encontrada em uma espécie de esconderijo montado próximo à cerca do clube de golfe.
A defesa de Routh quer que um especialista independente examine e faça testes com o fuzil, que estava com uma mira improvisada presa com fita isolante. Os advogados argumentam que é importante saber se a arma realmente funcionava e se teria capacidade de acertar um alvo àquela distância. Caso o pedido seja negado, a defesa quer que qualquer testemunho técnico sobre a arma seja desconsiderado no julgamento.
Já os promotores afirmam que a arma foi testada por um especialista do FBI e funcionou normalmente. Para eles, o mais relevante não é o estado da arma, mas sim a intenção de Routh de tentar matar Donald Trump. Mesmo que o plano tivesse falhas ou a arma não estivesse perfeitamente ajustada, isso não anula a gravidade da tentativa, dizem os investigadores.
Além das acusações já conhecidas, os promotores também revelaram novas informações que pretendem usar no julgamento. Entre elas, mensagens encontradas no celular de Routh que mostram que ele tentou comprar um fuzil calibre .50 e até um lançador de foguetes. Isso, segundo a acusação, reforça o argumento de que ele tinha intenção real de cometer um atentado grave. A defesa ainda não comentou essas novas alegações.
O julgamento de Routh está marcado para setembro. A juíza responsável pelo caso é Aileen Cannon, a mesma que presidiu o processo envolvendo documentos confidenciais encontrados na casa de Trump em Mar-a-Lago. Cannon, nomeada por Trump durante seu mandato, acabou por arquivar aquele processo.
Agora, ela terá que decidir se a defesa poderá ou não acessar a arma usada no suposto atentado e se os especialistas da acusação poderão depor sobre ela no tribunal.
Foto: Reuters