Heidy Sánchez, de 44 anos, foi deportada dos Estados Unidos para Cuba na última quinta-feira e deixou para trás sua filha de apenas 1 ano, o que gerou revolta e comoção entre familiares, advogados e políticos. A mulher, que vivia no condado de Hillsborough, na Flórida, foi uma das 82 pessoas deportadas em um voo que saiu de Miami.
A separação da mãe e da filha ocorreu durante uma visita de rotina ao escritório de imigração (ICE) em Tampa. Segundo a advogada de Heidy, Claudia Cañizares, a cliente está “inconsolável” desde que foi deportada e não teve a opção de levar a filha com ela. A criança, que é cidadã americana, continua nos Estados Unidos com o pai, Carlos Yuniel Valle.
O Departamento de Segurança Interna (DHS) afirma que Heidy optou por deixar a filha com um parente nos EUA, mas a defesa contesta essa versão. De acordo com Cañizares, a mãe chegou a pedir para permanecer com a filha, mas foi informada de que não poderia levá-la por ela ser cidadã americana.
Carlos relatou que a filha está emocionalmente abalada, se recusa a comer e continua pedindo para mamar. Ele também contou que ouviu os gritos da esposa dentro do escritório de imigração no momento da separação. “Foi devastador”, disse.
Desde 2020, Heidy se apresentava regularmente ao ICE e aguardava a aprovação de um pedido feito por seu marido, que poderia abrir caminho para sua legalização. A defesa afirma que ela nunca tentou fugir da lei e que apenas precisava de mais tempo para resolver sua situação migratória.
Agora, Heidy está hospedada na casa da mãe em Cuba, mas a família foi informada de que precisa deixar o local, o que agrava ainda mais a situação. A família está dividida entre manter a filha nos EUA com o pai ou levá-la para Cuba para ficar com a mãe.
O caso gerou reações de parlamentares democratas, como as deputadas Kathy Castor e Debbie Wasserman Schultz, que classificaram a deportação como “desumana” e prometeram lutar para reunificar a família.
Foto: Bryan Cox/ICE via AP