O que a médica deportada falou a agentes no aeroporto? O que acontece agora?

BOSTON, Mass. — A imprensa americana revelou nesta terça-feira trechos do que a médica Rasha Alawieh disse a agentes federais no Aeroporto Logan na última quinta-feira, 13.

O agente da Guarda de Fronteira, John Wallace, viu no celular da doutora fotos de membros do Hezbollah, organização que os EUA consideram terrorista, incluindo fotos do líder do grupo, Hassan Nasrallah.

Ela teria dito que as fotos vieram de amigos e familiares no WhatsApp. Quando perguntada se apoiava o Hezbollah, ela disse “não”.

A Dra. Rasha Alawieh tentou esclarecer que apoiava Nasrallah “na perspectiva religiosa”.

O governo federal alega que ela foi ao funeral de Nasrallah no Líbano no mês passado, onde havia milhares de pessoas.

“Ele (Nasrallah) é uma pessoa religiosa, espiritual”, disse ela ao agente, de acordo com documentos do tribunal. “Como eu disse, ele tem muito valor. Os ensinamentos dele são sobre espiritualidade e moralidade”.

A médica ainda tentou justificar, dizendo: “Eu não sou uma pessoa de política, sou uma médica”.

Em post no X (antigo Twitter), o Departamento de Segurança Nacional disse:

“Mês passado, Rasha Alawieh viajou a Beirute, no Líbano, para participar do funeral de Hassan Nasrallah — um terrorista brutal que liderava o Hezbollah, responsável pelo assassinato de centenas de americanos durante quatro décadas de terror. Alawieh admitiu isso abertamente aos oficiais, assim como seu apoio a Nasrallah.”

A Dra. Rasha Alawieh não tem green card nos EUA. Ela possui o visto de trabalho H-1B, que está válido até 2027.

No aeroporto Logan, a médica estava sendo detida havia 36 horas. O agente Wallace relata que, às 19h de sexta-feira, o advogado da doutora disse a ele que uma ordem da Corte impedindo a deportação dela estava a caminho.

Mas, nos 30 minutos seguintes, a médica foi levada para embarcar no voo 333 da Air France com destino a Paris. O voo decolou de Boston às 19h43.

O agente Wallace disse que, por volta das 20h10, uma mulher, que seria advogada da médica, chegou, abriu um laptop com a ordem da Corte. Dez minutos depois, a advogada foi informada pela Guarda de Fronteira que a ordem judicial havia chegado, mas que a médica não estava mais em solo americano.

Um juiz em Boston deu ao governo Trump uma semana para explicar, por escrito, como foi a deportação da doutora, incluindo os horários.

Como médica, Rasha Alawieh era responsável por acompanhar o pós-operatório de pacientes que receberam transplantes de rins.

Para os cerca de 100 colegas de trabalho que protestaram na Brown University contra a deportação dela, centenas de pacientes em Massachusetts, Rhode Island e Connecticut vão sentir a falta dela.

Foto: Arquivo pessoal

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