A maior greve da história contra a Amazon começou hoje, com trabalhadores de diversas instalações nos Estados Unidos cruzando os braços em protesto contra a recusa da empresa em negociar com o sindicato dos Teamsters. Instalações em cidades como Nova York, Atlanta, Los Angeles, São Francisco e Skokie, Illinois, já registram paralisações, enquanto piquetes foram organizados em centenas de centros de distribuição em todo o país.
Sean M. O’Brien, presidente dos Teamsters, criticou duramente a postura da Amazon. “Se seu pacote atrasar neste Natal, culpe a ganância insaciável da Amazon,” afirmou ele, acusando a empresa de ignorar os pedidos dos trabalhadores por negociações justas.
A Amazon respondeu com acusações contra o sindicato, dizendo que os Teamsters têm “coagido e ameaçado trabalhadores” para aderirem ao movimento, o que a empresa afirma ser ilegal. Segundo Kelly Nantel, porta-voz da Amazon, os salários iniciais dos funcionários aumentaram 20%, com a média atual de US$ 22 por hora.
Os trabalhadores de Staten Island, em Nova York, onde está localizado o primeiro armazém sindicalizado da Amazon, estão entre os participantes. Apesar da certificação oficial do sindicato pelo Conselho Nacional de Relações Trabalhistas, a Amazon apelou da decisão e ainda não reconheceu a união.
Com quase 10 mil trabalhadores sindicalizados em várias unidades da Amazon, a greve representa uma escalada no embate entre a gigante do e-commerce e os movimentos trabalhistas. A paralisação, que acontece a menos de uma semana do Natal, deve causar atrasos significativos nas entregas em um dos períodos mais movimentados do ano para o comércio.
A situação coloca em evidência as tensões crescentes entre grandes corporações e sindicatos, enquanto milhares de trabalhadores lutam por condições mais justas e respeito em seus locais de trabalho.