Apesar da decisão do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de não obrigar o programa federal Medicaid a cobrir medicamentos para tratamento da obesidade, alguns estados norte-americanos estão seguindo por conta própria e oferecendo acesso a esses remédios. Um exemplo é a Carolina do Sul, que passou a cobrir o Wegovy, um dos medicamentos mais conhecidos da nova classe de remédios injetáveis chamados GLP-1.
Esses medicamentos, como o Wegovy, têm revolucionado o tratamento da obesidade nos últimos anos, ajudando pacientes que já tentaram diversas formas de emagrecimento sem sucesso. Porém, o alto custo — que pode ultrapassar US$ 1.000 por mês por paciente — tem feito com que a maioria dos planos de saúde, públicos e privados, evite oferecer cobertura.
A Carolina do Sul se tornou o 14º estado a aprovar a cobertura desses medicamentos pelo Medicaid. Ainda assim, o acesso continua restrito: estima-se que apenas 1.300 pessoas atendidas pelo programa no estado conseguirão cumprir todos os critérios exigidos, como comprovar tentativas anteriores de emagrecimento por meio de dieta e acompanhamento nutricional, além de manter rotina de exercícios.
Page Campbell, de 40 anos, é uma das pacientes que conseguiu acesso ao Wegovy pelo Medicaid. Ela afirma estar determinada a mudar seus hábitos alimentares e já passou por uma cirurgia bariátrica recentemente. “Perder peso é meu maior objetivo. E o Medicaid cobrir esse remédio é mais uma ajuda nesse caminho”, disse ela.
Enquanto isso, outros estados, como a Carolina do Norte, tomaram decisões diferentes. O plano de saúde dos servidores públicos do estado decidiu suspender a cobertura dos GLP-1s, alegando que os custos poderiam ultrapassar US$ 1 bilhão em seis anos. O texto em inglês menciona que a Carolina do Norte decidiu suspender a cobertura dos GLP-1s para servidores públicos, com detalhes sobre o custo estimado que isso representaria.
Mesmo com a resistência federal, especialistas em saúde pública elogiaram a iniciativa da Carolina do Sul, embora reconheçam que o impacto ainda será limitado. O plano estadual de combate à obesidade, por exemplo, foca em medidas como alimentação saudável nas escolas e incentivo à atividade física, sem mencionar o uso de medicamentos como parte da estratégia. O texto em inglês discute o “Action Plan for Healthy Eating and Active Living” da Carolina do Sul, que não menciona os GLP-1s, enquanto o texto em português menciona que o plano foca em alimentação saudável e atividade física, sem entrar em detalhes sobre a ausência dos medicamentos.
O secretário de Saúde e Serviços Humanos, Robert F. Kennedy Jr., afirmou recentemente que, no futuro, os medicamentos GLP-1 podem ser incluídos na cobertura do Medicare e do Medicaid, desde que os custos sejam reduzidos e os pacientes tenham tentado outras formas de emagrecimento primeiro. “Estamos debatendo esse modelo agora”.
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