Elizabeth Warren lança campanha para investigar fechamento do Departamento de Educação

A senadora por Massachusetts, Elizabeth Warren, deu início nesta quarta-feira a uma nova campanha, batizada de “Save Our Schools” (Salvem Nossas Escolas). O objetivo é claro: lutar contra a tentativa do presidente Donald Trump e da Secretária de Educação, Linda McMahon, de acabar com o Departamento de Educação dos Estados Unidos.

“O governo federal investiu em nossas escolas públicas”, afirmou Warren em entrevista à ABC News. “Tirar isso de nossas crianças para que um punhado de bilionários fique ainda mais rico é simplesmente feio, e eu lutarei contra isso com tudo o que tenho.”

Warren explicou que está unindo forças com estudantes, professores, pais e sindicatos para alertar o país sobre os riscos dessa medida. Ela aposta no poder das histórias pessoais para mobilizar a população. “Precisamos de números para vencer, e é assim que começamos”, disse.

Em um vídeo divulgado nas redes sociais, a senadora anunciou o início de uma investigação sobre supostos planos de substituir as centrais de atendimento do Departamento de Educação por robôs (chatbots), embora essa informação ainda não tenha sido confirmada independentemente.

A estratégia de Warren envolve uma combinação de investigações federais, fiscalização do governo, coleta de depoimentos e até mesmo a possibilidade de ações judiciais, tudo em colaboração com a comunidade e outros legisladores.

Como ex-professora de educação especial, Warren teme que o desmonte do departamento leve à demissão de professores, aumento do número de alunos por sala e ao fim de programas essenciais para estudantes com necessidades especiais. O governo Trump alega que manterá o financiamento desses programas, mas pretende transferi-los para outros órgãos, como o Departamento de Saúde, que também enfrenta cortes. Warren se mostra cética: “Eles acham que o povo americano é estúpido […] Ninguém é enganado, e certamente não as crianças que precisam dessa ajuda.”

A justificativa da administração Trump é que, ao eliminar o departamento federal, o controle da educação voltaria para os estados, que poderiam atender melhor às necessidades dos alunos.

Para Warren, a luta também é pessoal. Ela já viu de perto o impacto positivo do Departamento de Educação e se diz inspirada por sua própria professora da segunda série.

A campanha surge em um momento delicado. No mês passado, Trump assinou uma ordem executiva visando esvaziar o departamento – embora sua extinção completa dependa de aprovação do Congresso. Além disso, quase metade dos funcionários do Escritório Federal de Auxílio ao Estudante (FSA), responsável pelos empréstimos estudantis, foi demitida recentemente. Warren alerta para as “consequências terríveis” disso para milhões de estudantes. O governo indicou que a gestão dos empréstimos passaria para a Agência de Pequenas Empresas (SBA), e já houve relatos de problemas, como o site de empréstimos ficando fora do ar logo após os cortes.

Warren também pretende coletar histórias de educadores, alunos e famílias para mostrar o impacto real dessas mudanças e incentiva a comunidade a compartilhar suas experiências com a educação pública.

Apesar de os democratas serem minoria no Congresso, a senadora acredita que ainda há poder de ação. “Não ter tanto poder quanto gostaríamos não significa não ter poder nenhum”, afirmou. Vale lembrar que a tentativa de fechar o departamento já enfrenta resistência na justiça, com ações movidas por estados e grupos de educação e direitos civis.

Warren finaliza com um chamado à união: “Temos que lutar por uma América onde não sejam apenas os filhos de bilionários que recebem uma boa educação, mas todas as crianças em todas as comunidades. Esta luta é nossa.”

Foto: Jim Watson/AFP via Getty Images

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