O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos implementou novas regras que afetam diretamente imigrantes que enviam dinheiro para seus países de origem, especialmente nas regiões de fronteira com o México. A medida, segundo o governo Trump, tem como objetivo combater o tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro por cartéis mexicanos.
As novas exigências entraram em vigor no dia 14 de abril e determinam que empresas que oferecem serviços financeiros, como casas de câmbio, envio de remessas, cheques e ordens de pagamento, passem a registrar informações pessoais de clientes — como número do Seguro Social ou da residência permanente (green card) — para qualquer transação acima de US$ 200.
Antes, a obrigatoriedade de registro só valia para transações a partir de US$ 10 mil. A mudança representa um impacto significativo para imigrantes, especialmente os que vivem em áreas de fronteira como El Paso, Hidalgo, Maverick, Webb e Cameron, no Texas, e Imperial e San Diego, na Califórnia.
Essas regiões foram especificamente incluídas na ordem geográfica de monitoramento, que terá validade inicial de 179 dias. O Tesouro afirma que a medida faz parte de uma estratégia mais ampla do governo para rastrear operações financeiras suspeitas ligadas ao tráfico de drogas e ao crime organizado.
“Essa ordem reflete nossa preocupação com o risco significativo que os cartéis e outros atores criminosos representam para o sistema financeiro dos EUA”, disse Scott Bessent, secretário do Tesouro, em comunicado.
A prática de enviar dinheiro para familiares no exterior é comum entre imigrantes nos EUA. Em 2023, por exemplo, o México recebeu mais de US$ 63 bilhões em remessas, a maior parte vinda dos Estados Unidos.
Críticos da nova regra afirmam que ela pode dificultar a vida de trabalhadores imigrantes que dependem desses serviços para sustentar suas famílias no exterior, além de levantar preocupações sobre privacidade e acesso a serviços financeiros básicos.
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