O presidente Donald Trump planeja aplicar multas de até US$ 998 por dia a imigrantes que permanecerem nos Estados Unidos após receberem ordem final de deportação. A proposta, que pode ser aplicada retroativamente por até cinco anos, pode resultar em multas superiores a US$ 1 milhão para alguns casos. Além disso, imigrantes que não pagarem poderão ter seus bens apreendidos.
Segundo documentos obtidos pela agência Reuters, o plano mira cerca de 1,4 milhão de pessoas que já receberam ordens de remoção por juízes de imigração. A medida está sendo impulsionada por integrantes do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca e por Stephen Miller, conselheiro de políticas do presidente Trump, conhecido por sua postura rígida em relação à imigração.
A proposta tem gerado preocupação entre especialistas e defensores dos direitos dos imigrantes, que acusam o governo de tentar espalhar medo nas comunidades. Muitos dos afetados vivem nos EUA há anos, têm famílias, empregos e vínculos com o país. Estima-se que cerca de 10 milhões de imigrantes sem status legal vivem em lares com cidadãos americanos ou residentes permanentes.
O Departamento de Segurança Interna (DHS) afirmou que os imigrantes devem utilizar o aplicativo CBP Home para se autodeportarem. Caso contrário, estarão sujeitos às penalidades. “Se não saírem, enfrentarão as consequências”, disse uma porta-voz do DHS.
A medida também pode afetar famílias de baixa renda. Um levantamento do Migration Policy Institute mostrou que 26% das famílias com imigrantes indocumentados vivem abaixo da linha da pobreza.
Ainda não há uma data oficial para o início da aplicação das multas. Internamente, há divergências sobre qual agência deve assumir a responsabilidade pela cobrança das penalidades e apreensão de bens. Enquanto a Casa Branca pressiona a Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) para liderar o processo, um memorando da própria CBP sugeriu que o papel fique com o ICE, já que o sistema atual da agência não está preparado para esse tipo de operação.
Durante seu primeiro mandato, Trump chegou a aplicar multas a imigrantes que buscaram abrigo em igrejas, mas as penalidades foram posteriormente retiradas. Agora, ele pretende retomar e ampliar essa estratégia.
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